Microsoft armazena filme do Super-Homem em um pedaço de vidro

Por: William R. Plaza

A Microsoft demonstrou do que são capazes seus pesquisadores que integram o que a companhia chama de Silica Project (Projeto Silica), um departamento de pesquisa da gigante de Redmond que está estudando e testando novas formas para o armazenamento de informações. A prova conceito apresentada é um pedaço de vidro de quartzo, que mede 75x75x2 milímetros e 2mm de espessura, que foi capaz de armazenar o clássico filme do Super-Homem de 1978, produzido pela Warner Bros, e que traz o inesquecível Christopher Reeve, no papel do homem de aço.

” Construímos todo esse sistema com sucesso, graças à nova tecnologia de armazenamento a frio “, disse Satya Nadella, CEO da Microsoft, durante a apresentação no Microsoft Ignite 2019. Não é a primeira vez que uma empresa testa esse modo de armazenamento, e que ressalta o quão pode ser útil para a preservação de dados. Estamos falando de um material com durabilidade superior a 1.000 anos. Além da durabilidade em relação ao tempo há também a resistência em condições adversas. A Microsoft comentou que testou esse “vidro de backup” de diversas maneiras. A unidade foi arranhada, cozida, assada, colocada em forno convencional, submetidas a campos magnéticos, entre outras situações. Nenhum dado foi causado à informação armazenada.

A Microsoft usa lasers de infravermelho para codificar dados em “voxels” – semelhantes aos pixels da tela, mas diferentes na medida em que possuem três dimensões. Os dados estarão dentro do vidro e os algoritmos de aprendizado de máquina decodificarão o que está no vidro para recuperar os dados.

Armazenar todo o filme do ‘Super-homem’ em vidro e poder lê-lo com sucesso é uma grande conquista. Não digo que todas as perguntas foram respondidas, mas parece que agora estamos em uma fase em que trabalhamos no aperfeiçoamento e na experimentação, em vez de perguntar: podemos fazê-lo? ”, Disse Mark Russinovich, chefe de tecnologia da Azure.

Evidentemente que estamos tratando de um processo caro, e que ainda tem um longo caminho a percorrer. No entanto, a Microsoft quer reduzir o custo e as complexidades relacionadas ao desenvolvimento, o que pode colocar a companhia em uma posição privilegiada para armazenamento de dados de alta confiabilidade. Vicky Colf, diretor de tecnologia da Warner Bros, declarou: “Se for bem-sucedido, acho que essa tecnologia beneficiará quem quiser preservar e armazenar qualquer conteúdo “. 

Caso a pesquisa continue caminhando de forma positiva, a Microsoft deve construir um centro no fundo do mar para armazenar e processar dados. Não será a primeira vez que a companhia fará algum tipo de análise de lançamento de alguma solução que conta com a ajuda do mar. Há alguns anos foram realizados testes com um datacenter que foi instalado no fundo do Oceano Pacífico.

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