A plataforma de mídia social X, antigo Twitter, está dando mais um passo para garantir que seus usuários se sintam mais “livres” para distribuir curtidas mesmo em postagens polêmicas com opiniões controversas.
Acontece que, de acordo com uma fonte interna da empresa, a plataforma começará a implementar as “curtidas privadas”. Com esta mudança, o que os usuários curtem na plataforma será oculto por padrão, uma opção que já estava disponível para os assinantes Premium da X.
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X quer proteger a imagem pública de seus usuários
De acordo com o próprio Elon Musk, proprietário da X, essa decisão de implementar curtidas privadas tem como objetivo proteger a imagem pública dos usuários. Ele ainda ressaltou a importância dessa mudança ao compartilhar uma captura de tela da notícia, afirmando que é “importante permitir que as pessoas curtam posts sem serem atacadas por isso!”.
Important to allow people to like posts without getting attacked for doing so! https://t.co/3O1bG7wIGe
— Elon Musk (@elonmusk) June 11, 2024
Dessa forma, a plataforma promete liberdade para que seus usuários possam curtir a vontade mesmo aquelas opiniões mais polêmicas e não serem julgados por isso. Haofei Wang, diretor de engenharia da X, explicou que a mudança iminente foi projetada para proteger os usuários. “Muitas pessoas se sentem desencorajadas a curtir conteúdo ‘polêmico’ por medo de julgamento,” disse Wang há algumas semanas.
Yeah, we are making likes private.
Public likes are incentivizing the wrong behavior. For example, many people feel discouraged from liking content that might be "edgy" in fear of retaliation from trolls, or to protect their public image.
Soon you’ll be able to like without… https://t.co/vPGllc4pB0
— Haofei (@wanghaofei) May 22, 2024
Com a introdução das curtidas privadas, a aba de Curtidas nos perfis dos usuários será removida. Apesar disso, os usuários ainda poderão ver quem curtiu seus próprios posts e a contagem de curtidas para todos os posts, mas não poderão ver quem curtiu os posts de outros usuários, conforme explicado pelo engenheiro sênior de software da X, Enrique Barragan, que também insinuou o lançamento da funcionalidade em um post recente.
A mudança na dinâmica das redes sociais
Wang ainda revelou que essa mudança segue uma tendência crescente nas redes sociais de minimizar a ênfase nas contagens de curtidas. No final do ano passado, Musk expressou aos engenheiros da plataforma seu desejo de eliminar completamente os botões de ação dos tweets, dando mais ênfase às visualizações de posts, também conhecidas como “impressões”.
Uma fonte interna revelou que Musk acreditava que as curtidas não eram mais tão importantes e que o foco deveria mudar para outras métricas. “De modo geral, a mídia social está se afastando da contagem de curtidas, então isso faz sentido,” disse a fonte. “Parte de mim acha que [Musk] só quer se dissociar cada vez mais do Twitter.”
Lados positivos e negativos das curtidas privadas
A introdução das curtidas privadas pela X pode ter um impacto significativo na maneira como os usuários interagem com o conteúdo na plataforma, tanto de forma positiva quanto negativa.
Ao permitir que os usuários curtam posts sem a preocupação de serem julgados, a plataforma pode fomentar um ambiente mais aberto e autêntico, onde as pessoas se sintam mais à vontade para expressar suas verdadeiras preferências e interesses.
Por outro lado, ela pode trazer a diminuição na transparência das interações na plataforma. As curtidas públicas fornecem um indicador visível de popularidade e engajamento de um post, o que pode ser útil para outros usuários avaliarem a relevância e a confiabilidade do conteúdo. Com as curtidas privadas, essa métrica visível desaparece, dificultando a avaliação do impacto de um post.
Sem contar, claro, que a privacidade das curtidas pode, paradoxalmente, levar a um aumento de comportamentos problemáticos. Usuários podem sentir-se mais encorajados a curtir conteúdo controverso ou nocivo sem medo de repercussões públicas, o que pode contribuir para a disseminação de desinformação ou discurso de ódio na plataforma.
Fonte: The Verge
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