Vendas do Xoom estão sendo abismais

Ser o primeiro fabricante a lançar um produto baseado em um novo sistema operacional tem seus prós e contras. O lado bom é que você automaticamente recebe uma boa dose de propaganda gratuita na forma e exposição na mídia, reviews e assim por diante, além de atrair o interesse dos usuários interessados no sistema em questão. O lado ruim é que você se sujeita a todos os eventuais problemas de uma versão inicial (e potencialmente inacabada do sistema), que pode resultar em reviews negativos e colocar seu esforço por água abaixo. Em resumo, é uma aposta arriscada, que pode resultar em boas vendas, ou em um retumbante fracasso.

Com o Xoom, a Motorola se colocou exatamente nessa situação, lançando um tablet com um hardware bastante sólido, porém muito caro e baseado na versão inicial do Gingerbread, lançada às pressas pelo Google, instável e sem nem mesmo suporte a Flash. Como em muitos outros casos, o plano da Motorola era vender primeiro e arrumar o sistema depois através de atualizações. Não se pode tirar a razão deles, já que a Microsoft faz isso versão após versão do Windows e quase sempre dá certo, mas no caso específico do Xoom o tiro acabou saindo pela culatra, já que resultou em reviews desfavoráveis.

motorola

Diferente do que temos no caso de produtos mais baratos, que muitas vezes são comprados por impulso, os 800 dólares do Xoom são muito dinheiro mesmo para os americanos. Quem estava pensando em gastar tanto em um tablet com certeza parava alguns minutos para olhar os reviews, fechando o ciclo.

Já faz algumas semanas que se especula que as vendas do Xoom ficaram bem abaixo do esperado, mas segundo a Global Equities as vendas estão sendo piores do que se pensava. Segundo o analista, a Motorola produziu de 500 a 800 mil unidades do Xoom na leva inicial e vendeu apenas de 5 a 15% delas. Em outras palavras, apenas 25 a 120 mil unidades foram vendidas e, mesmo parando a produção às pressas, a Motorola ficou com um enorme estoque de abacaxis nas mãos. Com o lançamento de concorrentes como o Asus Transformer, e o LG G-Slate a situação ficará ainda mais complicada, já que eles são mais baratos e competitivos.

O próximo candidato é o Playbook da RIMM, que também chegou ao mercado com uma plataforma de software inacabada, e está recebendo reviews desfavoráveis. Considerando que a RIMM não tem uma participação tão grande no Brasil, é possível que ele nem chegue a desembarcar por aqui.

No momento, a tendência é que o mercado de Tablets se polarize entre tablets Android abaixo da casa dos 500 dólares e o iPad, com algum espaço para o WebOS da HP caso consigam acertar no lançamento.

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