O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) admitiu que informações confidenciais de seus beneficiários podem ter sido expostas. Atualmente, a entidade abriga cerca de 40 milhões de aposentados e segurados.
Os vazamentos não são incidentes isolados. Parece que ocorreram ao longo de décadas, através de logins de funcionários de outras entidades governamentais com acesso aos dados do INSS. Mesmo após esses servidores deixarem seus cargos, seus logins permaneciam ativos, sendo posteriormente utilizados indevidamente.
Tais credenciais são concedidas a órgãos como a Controladoria-Geral da União para acessar informações vitais em litígios. Entretanto, a falta de vigilância sobre esses logins e a ausência de medidas de segurança adicionais, como autenticação de dois fatores, facilitaram o uso impróprio.
Consequências para os beneficiários
O INSS gerencia várias responsabilidades, incluindo a segurança da informação dos cidadãos. Apesar de afirmar que o vazamento de dados não afetou as contas governamentais, as consequências causaram transtornos aos beneficiários.
Muitos pensionistas e aposentados relatam empréstimos consignados não autorizados, violando sua privacidade e afetando finanças pessoais. Agravam-se os casos de empréstimos consignados não solicitados e efetuados, com empresas financeiras depositando valores nas contas de aposentados e pensionistas. Essa prática lucrativa para os bancos, gera dívidas surpresa aos consumidores.
Existem casos ainda mais graves em que o dinheiro de operações financeiras vai diretamente para terceiros, indicando fraudes elaboradas e violações de dados privados. Além disso, futuros aposentados sofrem assédio com ofertas de empréstimo antes da confirmação de suas aposentadorias, levantando questões sobre o uso indevido de informações sensíveis.
A gravidade dos incidentes exige revisões nos sistemas de segurança do INSS e adoção de medidas mais rígidas para proteção contra violações de privacidade, impactando a vida dos beneficiários vulneráveis.
Medidas adotadas pelo INSS
O INSS tomou providências através do Sistema Único de Informações de Benefícios (Suibe). Após um pico atípico de consultas em maio, a Dataprev suspendeu as senhas externas e implementou barreiras de segurança, como criptografia e certificados digitais. Isso inutiliza logins de ex-servidores, mesmo com senhas válidas.
A investigação sobre o alcance do vazamento prossegue e, uma vez concluída, será encaminhada à Polícia Federal.
Fonte: Agência Brasil
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