Walkman mais high-tech: empresa anuncia toca-fitas com Bluetooth

Em meio a comemoração dos 40 anos de lançamento do lendário Walkman, completado nesta segunda-feira (01), a empresa NINM Lab resolveu embarcar no hype e anunciou o primeiro toca-fitas compatível com Bluetooth. Intitulado “IT’S OK”, o gadget permite que você ouça suas fitas por fones Bluetooth. Uma certa mobilidade para um pequeno trambolho que é o compartimento para encaixe da fita e dos demais componentes responsáveis pela reprodução.

O “IT’S OK” funciona como toca-fitas e gravador convencional. Além do Bluetooth 5,0, também há um conector P2 (3,5mm) para os puristas, que desejam escutar suas músicas com um fone por cabo, e aproximar ainda mais a experiência ao Walkman clássico.

São três opções de cores, Cloud (branco), Sakura (rosa) e Evening (azul escuro), independente da versão escolhida, a parte frontal, é transparente, deixando amostra a fita.

O “IT’S OK” foi revelado numa campanha no Kickstarter. Até o momento, 304 pessoas já estão apoiando o projeto, levantando mais de US$ 20 mil para o lançamento do gadget no mercado (a meta era US$ 12 mil). Os interessados podem aderir ao projeto até o dia 30 de julho, o custo é US$ 63.

Walkman

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Evidentemente que o dispositivo que surgiu de inspiração para o “IT’S OK” é o inesquecível Walkam, lançado pela Sony no dia 01 de julho de 1979. Ao longo desses 40 anos foram vendidos mais de 400 milhões de unidades.

A primeira versão foi a TPS-L2, com seu emblemático design quadradão e o esquema de cores azul-prata. No entanto, a versão mais popular foi WM-D6C, lançado em 1984. Essa versão oferecia uma qualidade de áudio superior.

Essa característica do refinamento na qualidade da reprodução permaneceu ao longo da série, mesmo após o abandono das fitas cassetes. A marca Walkman resistiu ao tempo. Sua versão mais recente é a NW-ZX2, lançada em 2015. Uma de suas características é o suporte a reprodução de áudio lossless (sem perdas). Até uma versão banhada a ouro foi lançada pela Sony.

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Walkman NW-ZX2, o modelo mais recente

A Sony também utilizou a marca Walkman para fazer bombar seu mercado de smartphones. Como ficou provado com o revisionismo histórico, foi um tremendo acerto da Sony apostar em um produto que permitiu alavancar o contato com a música em qualquer lugar. No entanto, foi preciso uma boa dose de ousadia e convencimento dos que apostaram desde o início no projeto para que o Walkman chegasse ao mercado, já que não era uma unanimidade na Sony.

O grande responsável por propagar a importância de colocar o player no mercado foi  Akio Morita, co-fundador da Sony. Outros executivos contestavam o lançamento. Morita resolveu acreditar neste toca-fita projetado Nobutoshi Kihara, que era coordenador do setor de áudio da empresa.

O parceiro de Morita, na criação da Sony, Masaru Ibuka, também teve papel fundamental para o desenvolvimento do Walkman, aliás, ele pode ser considerado o primeiro executivo da companhia a levantar a bola para a criação de um player portátil – inicialmente não para um produto comercial e sim para ansiar seus próprios desejos. Ibuka queria ouvir música com fones durante suas viagens ao exterior. Ele solicitou que a equipe de engenharia da Sony criasse uma versão portátil do Sony TC-D5.

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Akio Morita (à esquerda) e Masaru Ibuka (à direita)

Em seus primeiros anos a marca variou de acordo com a região. O Walkman nos Estados Unidos era conhecido como Soundabout, no Reino Unido era Stowaway e Freestyle na Austrália.

Assim como em tantos outros países, no Brasil o Walkman foi um simbolo, um objeto que representava a modernidade daqueles que o utilizavam. Andreias Pavel, nascido na Alemanha, e criado no Brasil, travou uma tremenda batalha judicial para ser reconhecido como o real inventor do primeiro toca-fitas portátil da história, o Stereobelt, desenvolvido por Pavel em 1972. Em 2004, a Sony firmou um acordo com o inventor germano-brasileiro, repassando-o R$ 30 milhões.

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Em comemoração aos 40 anos do primeiro Walkman, a Sony está realizando em em Tóquio, no Japão, a exposição My Story, My Walkman” (minha história, meu Walkman). Em um dos pontos da exposição, há um quadro (imagem acima) chamado “Walkman Wall” com 237 modelos do Walkman.

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Editor-chefe no Hardware.com.br. Aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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