Em uma decisão sem precedentes, a União Europeia decidiu banir a venda de televisores com resolução 8K em seus países membros. A medida, que visa combater a crise energética, foi tomada devido ao alto consumo de energia desses aparelhos. Estes televisores ultrapassam o limite estabelecido de 90W, chegando a consumir até 100W a mais.
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Ainda não se sabe se decisão valerá no mundo todo
A nova resolução da UE também exige que os novos aparelhos de televisão apresentem um QR code para facilitar o acesso aos dados de consumo. Ainda não está claro se essa decisão afetará o Brasil, mas já há sinais de que a indústria de televisores será impactada globalmente.
A Samsung, uma das líderes do mercado de televisores, afirmou que suas fábricas brasileiras não serão afetadas e que continuará a comercializar aparelhos 8K no Brasil. No entanto, a Semp TCL, outra grande fabricante, indicou que as novas regras afetarão a produção de televisores 8K em todo o mundo. O motivo para isso é que a indústria de painéis segue um modelo global de produção.
Nikolas Corbacho, gerente de produtos da Semp TCL, prevê que o Brasil não terá lançamentos de TVs 8K neste ano. Embora outras fabricantes ainda não tenham se pronunciado, a Samsung demonstrou que tem força para continuar fornecendo essas telas no Brasil. No entanto, empresas que dependem do mercado internacional, como a Semp TCL, já sinalizaram que seus produtos não chegarão ao país.
Resolução 8K ainda carece de conteúdo
Além da questão energética, outro ponto importante a ser considerado é a falta de conteúdo disponível em 8K. Apesar de a tecnologia ser mais cara e aumentar a conta de energia, ela ainda não tem um grande uso prático.
A maior parte do conteúdo, principalmente no Brasil, ainda é disponibilizado em Full HD (1080p). Somente alguns eventos importantes, como a Copa do Mundo da FIFA, são transmitidos ao vivo em 4K.
No que diz respeito ao streaming, a maioria dos serviços oferece títulos em 4K nativo, sem custo adicional, com exceção da Netflix. No entanto, a oferta para a resolução 8K é praticamente inexistente. Mesmo os consoles de última geração, como o Xbox Series X e o PlayStation 5, que têm capacidade para suportar jogos em 8K, ainda não possuem títulos nativos nessa qualidade.
Fábio Jota, professor da UFMG, resumiu a situação ao dizer que, mesmo que você tenha uma TV 8K, não terá o que mostrar, pois existem pouquíssimos produtos na resolução 8K. Muitas pessoas compram esses aparelhos simplesmente por serem a última moda em tecnologia de consumo.
Essa decisão da União Europeia demonstra preocupação com respeito ao equilíbrio entre a busca por inovação e a necessidade de conservação de energia. Será interessante ver como a indústria e os consumidores reagirão a essa mudança e quais serão as implicações para o mercado global de televisores.
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