TSMC dispara e concentra mais de 70% da receita global de chips no 2º trimestre

TSMC dispara no 2º tri de 2025: receita sobe 18,5% e empresa concentra mais de 70% do mercado global de chips, superando Samsung e SMIC.

A indústria de semicondutores viveu um segundo trimestre de 2025 de recuperação acelerada. O faturamento combinado das dez maiores foundries cresceu 14,6% em relação ao início do ano, alcançando US$ 41,7 bilhões, segundo dados da TrendForce. O movimento foi impulsionado por fatores sazonais, como a formação de estoques para a chegada de novos smartphones, notebooks, PCs e servidores no segundo semestre, mas também refletiu a retomada mais ampla da demanda, especialmente em segmentos ligados à inteligência artificial.

O domínio da TSMC

TSMC

O grande destaque, como de costume, foi a TSMC. A companhia taiwanesa não apenas ampliou sua receita em 18,5% no trimestre, chegando a US$ 30,2 bilhões, como consolidou um domínio impressionante: sozinha, ela respondeu por mais de 70% de toda a receita global das foundries. O motor desse desempenho foi duplo. De um lado, o ramp-up de chips para smartphones ajudou a sustentar volumes; de outro, a explosão da procura por GPUs e aceleradores para IA elevou a receita média por wafer.

Hoje, os nós de 3 nanômetros já representam 24% da receita da TSMC, enquanto os de 5 nm respondem por 36% e os de 7 nm por 14%. No total, 74% da receita de wafer da empresa já vem de tecnologias iguais ou inferiores a 7 nm. Essa predominância se reflete também no perfil de clientes: 60% da receita da TSMC vem de chips de alto desempenho (HPC), categoria que engloba data centers e IA, seguida por smartphones (27%), IoT (5%) e automotivo (5%). Geograficamente, os Estados Unidos concentram 75% da receita da companhia, enquanto a China representa cerca de 9%.

 

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A liderança da TSMC é sustentada não apenas pela capacidade de fabricar em nós avançados, mas também pelo investimento em tecnologias de empacotamento avançado, fundamentais para o desempenho de chips de IA. A companhia está dobrando sua capacidade de CoWoS (Chip-on-Wafer-on-Substrate) em 2025, atingindo patamares próximos de 70 a 75 mil wafers por mês, e projeta chegar a cerca de 90 mil wafers mensais até 2026. Essa infraestrutura é crítica para empresas como NVIDIA, AMD e Broadcom, que dependem dessas soluções para entregar GPUs e aceleradores de última geração.

Concorrentes distantes

Os concorrentes seguem em um patamar distante. A Samsung Foundry encerrou o trimestre com receita de US$ 3,16 bilhões, uma alta de 9,2% em relação ao período anterior. O crescimento veio de uma maior participação de nós avançados e da produção de chips para o Nintendo Switch 2.

Já a SMIC, principal foundry chinesa, teve desempenho negativo: sua receita caiu 1,7%, para US$ 2,2 bilhões, em parte por dificuldades técnicas na produção de nós mais avançados e pela pressão sobre preços médios. Entre as empresas de segunda linha, a UMC se destacou com crescimento de 8,2% e receita de US$ 1,9 bilhão, enquanto a GlobalFoundries avançou 6,5%, chegando a US$ 1,68 bilhão. Grupos como HuaHong, VIS e Tower também se beneficiaram de encomendas ligadas a componentes periféricos para os lançamentos de eletrônicos previstos para o segundo semestre.

A demanda por nós avançados deve seguir puxada pela próxima geração de smartphones e pelo apetite voraz de data centers por chips de IA, enquanto os nós maduros devem ganhar fôlego com a retomada dos pedidos de componentes complementares.

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Editor-chefe no Hardware.com.br/GameVicio Aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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