A Tesla encerrou o segundo trimestre de 2025 com um resultado que preocupa investidores: foram 384.122 veículos entregues entre abril e junho, uma retração de 13% em relação ao mesmo período do ano passado. O dado quebra expectativas de crescimento contínuo e joga luz sobre os desafios atuais da companhia no competitivo mercado global de elétricos.
O peso do Model 3 e Model Y na balança
Os modelos que formam o pilar da Tesla — o sedã Model 3 e o SUV compacto Model Y — representaram 373.728 unidades do total, o que por si só já configura uma queda de 11,5% frente às 422.405 entregas no segundo trimestre de 2024. A perda de fôlego é significativa justamente nos carros com maior volume de vendas da empresa.
Concorrência, política e catálogo estagnado
Especialistas do setor atribuem o mau desempenho a um combo de fatores: concorrência acirrada, falta de lançamentos e decisões polêmicas do CEO Elon Musk. O posicionamento político cada vez mais à direita do bilionário tem gerado ruídos em mercados-chave, enquanto o portfólio da empresa já não empolga como antes — sem atualizações robustas ou novidades que façam frente aos avanços da concorrência.
Cybertruck e os modelos premium decepcionam
A situação é ainda mais delicada no topo da linha. A soma de Model S, Model X e Cybertruck resultou em apenas 10.394 unidades vendidas no trimestre — uma queda brutal de 22,5%. A Tesla não divulga os dados exatos do Cybertruck, mas o número total evidencia o descompasso entre a expectativa gerada por Elon Musk (que previa até 500 mil unidades por ano) e a realidade do mercado.
Falta de renovação pode frear o futuro da Tesla
Com rivais como BYD, Volkswagen e startups ágeis oferecendo opções mais baratas e atualizadas, a Tesla parece travada no tempo. A ausência de um modelo popular abaixo de US$ 30 mil e a lentidão no ciclo de inovação podem custar caro nos próximos trimestres.
Para reverter o cenário, analistas são unânimes: é preciso renovar o catálogo, lançar um “Tesla popular” com urgência e ajustar o discurso público do CEO — sob risco de perder relevância num mercado que não perdoa estagnação.