A Tesla acaba de marcar um capítulo histórico em Wall Street após o lançamento de seu aguardado serviço de Robotaxi. As ações da fabricante dispararam mais de 10% na sessão de segunda-feira, adicionando impressionantes US$ 104 bilhões ao seu valor de mercado e elevando a capitalização total da empresa liderada por Elon Musk para US$ 1,14 trilhão. O resultado demonstra a força que a estratégia de veículos autônomos representa para o futuro da companhia.
O lançamento aconteceu no fim de semana em Austin, Texas, com uma frota inicial de aproximadamente doze SUVs Model Y operando em uma área geograficamente delimitada. A abordagem cautelosa para esta primeira fase do projeto não impediu que investidores enxergassem o potencial revolucionário da tecnologia.
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O diferencial estratégico da Tesla está em sua aposta exclusiva no sistema Full Self-Driving (FSD) baseado em câmeras, contrariando a tendência de mercado adotada por concorrentes como a Waymo, que utilizam sensores mais caros como LiDAR e radar. Para o mercado financeiro, essa abordagem potencialmente mais escalável representa uma vantagem competitiva significativa em termos de custos de implementação em larga escala.
Para o evento de estreia, a fabricante convidou seletivamente influenciadores e investidores para as primeiras corridas. Entre eles estava Sawyer Merritt, investidor da Tesla, que compartilhou sua experiência nas redes sociais: “Vou estender minha estadia em Austin por mais um dia. Quero fazer mais corridas com o Robotaxi da Tesla”. Quando questionado se preferia a experiência ao Uber, sua resposta foi direta: “Robotaxi”.
O analista Dan Ives, da Wedbush e conhecido por seu otimismo em relação à empresa, também participou das primeiras corridas e destacou aspectos da experiência: “Havia um operador da Tesla sentado no banco do passageiro dianteiro do Robotaxi, mas ele não tinha permissão para comentar nada nem influenciou o carro de qualquer forma“. Ele ainda ressaltou a capacidade do sistema em situações complexas: “Para colocar em perspectiva, houve um momento em que dirigimos por uma estrada estreita subindo uma colina com carros estacionados em ambos os lados, com tráfego em sentido contrário e pessoas abrindo as portas dos carros na rua, e o Robotaxi manobrou magistralmente com paciência e segurança em meio a esse caos“.
Para Ives, este é o início de uma “jornada autônoma de US$ 1 trilhão”, concluindo que a Tesla “superou” suas expectativas e “acendeu a faísca para a condução autônoma”. A visão ambiciosa encontra eco nas previsões de Elon Musk, que há anos promete que essa tecnologia poderia aumentar o valor de mercado da empresa em cifras que variam de US$ 5 trilhões a US$ 10 trilhões adicionais.
Cenário competitivo e desafios regulatórios
Apesar do entusiasmo dos investidores, a realidade apresenta obstáculos consideráveis. A Waymo, unidade de condução autônoma do Google, já lidera o mercado com serviços mais amplos em operação em Austin, Phoenix, São Francisco e Los Angeles. A Zoox, apoiada pela Amazon, também opera em Las Vegas e São Francisco. Para analistas mais céticos, essa vantagem competitiva torna as projeções de Musk excessivamente otimistas.
No campo regulatório, uma nova complexidade surge com a recente assinatura pelo governador do Texas, Greg Abbott, de uma lei que exigirá que empresas obtenham uma permissão estadual para operar veículos autônomos. Embora a legislação só entre em vigor em 1º de setembro, ela ilustra os obstáculos regulamentares que a Tesla enfrentará ao expandir o serviço para outras cidades.
A recepção extremamente positiva no mercado de ações demonstra que investidores estão apostando no potencial de longo prazo da tecnologia desenvolvida pela empresa. A grande questão que permanece é se o sistema FSD da Tesla conseguirá cumprir todas as promessas e superar a concorrência já estabelecida, além dos desafios regulatórios, na corrida para dominar o futuro da mobilidade autônoma.
Fonte: Gizmodo