Startup apresenta planta modificada capaz de purificar o ar

Startup apresenta planta modificada capaz de purificar o ar

Hoje em dia é comum chegar em uma casa e encontrar pelo menos um vasinho com plantas. Em muitos lares, os vegetais são um verdadeiro xodó, e além de embelezar o ambiente elas ainda podem ajudar com um ar mais puro. Pelo menos é o que pretende a startup francesa NeoPlants, com sua nova planta modificada.

A ideia é que as plantas continuem mantendo sua função de alegrar e embelezar o ambiente, mas com um efeito de purificação de ar bem mais eficaz de brinde, o que não é nada mau. Ela chega como primeiro vegetal geneticamente modificado da pequena empresa, e mesmo em suas pesquisas iniciais já promete ser 30 vezes mais potente nessa função do que as plantas “normais”.

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Planta modificada converte compostos voláteis em açúcar e CO2

Planta modificada

Por enquanto a NeoPlants ainda está dando os seus primeiros passos com a pesquisa, mas ainda assim ela já se mostra bem promissora. Ainda em fase de regulamentação, essa  tecnologia usada já parece estar avançando como planejado. Tanto que a empresa afirmou já ter uma lista de espera com mais de 30 mil clientes interessados em adquirir a planta modificada.

Atualmente ela ainda não pode ser vendida em nenhum mercado, porém não vai demorar muito tempo para que isso mude. O primeiro ponto de venda escolhido foi a Flórida, nos Estados Unidos, e o produto já tem até valor e deverá começar a ser vendido no final do ano. O vaso com a planta e o substrato sai pelo preço de U$ 179, que em conversão direta dá algo em torno de R$ 900.

A planta modificada em questão é a Epipremnum aureum, que aqui no Brasil é conhecida pelo nome popular de jiboia e já é bem popular para quem gosta de ter plantinhas em casa. Ela é do tipo trepadeira, não precisa de luz direta e tem uma coloração bonita nas folhas com uma mistura de verde e amarelo.

A versão da NeoPlants é denominada como Neo P1, e conta com o seu DNA modificado. Hoje em dia ela já está passando para a sua segunda geração com o avanço das pesquisas, a Neo P2, que está sendo aperfeiçoada.

Planta modificada

Essa modificação genética faz com que elas consigam extrair de forma mais eficiente os compostos orgânicos voláteis (VOCs) do ar. Entre eles estão o formaldeído, benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno, que são considerados tóxicos para o corpo humano. Ao fazer essa absorção, ela é ainda capaz de converter os compostos em substâncias como açúcar e CO2, que são usadas para seu próprio crescimento.

Já em relação ao substrato, ele é um solo enriquecido com biochar, um aditivo usado para jardinagem comum e facilmente encontrado. Além disso, eles também utilizam Power Drops, que são vendidos juntos com a planta, e que são bactérias adicionadas ao solo mensalmente para ajudar com a metabolização dos VOCs.

Patrick Torbey, diretor de tecnologia da Neoplants, tem doutorado em edição de genoma, e trabalha junto com o cofundador da empresa, Lionel Mora, que é ex-comerciante de produtos do Google. Eles revelaram que já conseguiram arrecadar US$ 20 milhões em financiamento de risco de empresas como a True Ventures e Collaborative Fund.

A ideia é boa, mas precisa ser comprovada

planta

A ideia de usar plantas para deixar o ar de casa mais puro não é exatamente nova. Hoje em dia muitas lojas de plantas comuns já fazem esse tipo de promessa com diversas espécies. Isso acontece principalmente porque em 1989 a NASA trabalhou com a Associated Landscape Contractors of America com o objetivo de avaliar a capacidade dessas plantas domésticas em realmente purificar o ar do ambiente removendo esses tipos de toxinas.

O estudo sugeriu que isso de fato acontece, as plantas comuns podem absorver alguns VOCs encontrados no ar como benzeno, formaldeído e tricloroetileno. Porém, da teoria para a prática ainda há um caminho. Eles revelaram que colocar uma planta em uma câmara selada e começar a borrifar poluentes nelas não era uma replicação fiel do que realmente acontece com as plantas dentro de casa, ou seja, em condições naturais.

Em 2019, mais recentemente, um estudo realizado pelos pesquisadores da Universidade de Drexel revelou que se fosse comparar os efeitos que são medidos nesses tipos de experimentos, para que plantas comuns pudessem ter o mesmo efeito de simplesmente “abrir a janela” era preciso uma quantidade de até 1.000 plantas por cada metro quadrado.

A NeoPlants já revelou que sua planta modificada tem uma eficiência 30 vezes maior do que as usadas pela NASA, porém os testes ainda estão limitados ao laboratório. Eles ainda não começaram testes em campos e mais realistas, mas já planejam fazer isso em um futuro próximo.

Mora e Torbey seguem confiantes de que essa pode não ser ainda a solução, mas que eles estão caminhando para ela.

“Será a primeira vez na história que existe um produto assim. Os primeiros computadores não eram tão bons. Mas eles foram revolucionários.”

Fontes: Wired e NeoPlants

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