Desde as enchentes na Tailândia, os preços dos HDs magnéticos têm ficado consideravelmente acima do que seria esperado. Os SDDs por sua vez continuam sua queda gradual de preços, o que tem feito com que eles lentamente cresçam em adoção, especialmente nos portáteis, já que eles oferecem ganhos bastante claros em termos de desempenho, portabilidade e consumo elétrico.
Apesar disso, segundo Laura M. Grupp, John D. Davis e Steven Swanson, do departamento de Ciências e Engenharia da Computação da Universidade da Califórnia, os SSDs perderão a guerra a longo prazo, já que a contínua miniaturização das células aumentarão a latência e a ocorrência de erros, minando o desempenho e a confiabilidade dos chips, e a tecnologia tende a estacionar em 2024, quando a indústria tiver dominado a técnica dos 6.5 nm, esgotando as possibilidades de evolução do silício. Em outras palavras, segundo a pesquisa, os SSDs devem continuar crescendo por algum tempo, mas a tecnologia acabará caindo com o tempo.
Um dos grandes problemas com a memória Flash é a deterioração das células, que faz com que a vida útil dos drives seja limitada a um certo número de leituras. Nas células SLC (que armazenam um único bit) a degradação da célula demora a comprometer a confiabilidade dos dados, o que faz com que as células suportem até 100.000 regravações, uma durabilidade que rivaliza com a de muitos HDs magnéticos.
Entretanto, a pressão dos custos fez com que a maioria dos fabricantes migrassem para as células MLC (dois bits por célula), que dobram a capacidade, mas em compensação resultam em células muito menos duráveis, que suportam apenas de 5.000 a 10.000 regravações. Nos SSDs atuais isso é compensado por mecanismos de wear-leaving, que distribuem as regravações por todo o drive, evitando que algumas células degradem antes das outras e mantendo o drive funcional por mais tempo. Como resultado prático, você precisaria de 0.64 a 1.28 petabytes em regravações para esgotar as regravações das celulas de um SSD de 128 GB.
Entretanto, a evolução dos SSDs têm trazido dois problemas: o primeiro é que as células têm se tornado mais frágeis com a introdução de novas técnicas de fabricação, já que elas se tornam menores e trabalham com tensões mais baixas. Em outras palavras, o aumento da capacidade está vindo às custas de células com uma vida útil cada vez mais curta e com latências mais altas.
O segundo problema é que os fabricantes continuam explorando técnicas que permitam armazenar mais bits por célula. Muitos já estão testando células TLC (três bits), que aumentam a capacidade, mas reduzem os ciclos de gravação suportados para apenas 500 a 1000. Estas células resultariam em SSDs com um vida útil muito mais curta, inutilizáveis para cada vez mais operações.
O estudo conclui com um prospecto sombrio: “As tendências tecnológicas que descrevemos colocam os SDDs em uma posição incomum para uma tecnologia de ponta: Os SDDs continuarão a evoluir em algumas quesitos (especialmente em relação à densidade e custo por bit), mas tudo mais em relação a eles tende a ficar pior. Isso torna o futuro dos SSDs nebuloso: Enquanto a capacidade crescente dos SSDS e os crescentes níveis de IOP, os tornarão atrativos para muitas aplicações, a redução na performance, que é necessária para aumentar a capacidade e manter os custos baixos, poderão dificultar o crescimento dos SSDs como uma tecnologia viável para algumas aplicações“.
Naturalmente, nada disso muda nada o cenário atual, já que os SDDs tendem a reinar pelos próximos anos, dominando o mercado de alto desempenho. Entretanto, com o passar dos anos eles precisarão ser substituídos por outras tecnologias, caso contrário corremos o risco de eventualmente precisarmos voltar para os discos magnéticos.