Durante a Mobile World Congress que terminou na quinta-feira, houve diversos lançamentos bombásticos como o Galaxy S6 que recebeu o prêmio de melhor produto da feira, além de outros diversos anúncios, mas um chamo a atenção de muita gente: as novas informações sobre o Project Ara, smartphone modular do Google.
Caso você ainda não esteja familiarizado com o termo, Project Ara é nome atribuído ao projeto ousado do Google de elevar o nível de customização de seu smartphone, se hoje você consegue fazer customizações relacionadas a aparência, com opções básicas como o acréscimo de acessórios e capas, em um futuro bem próximo você poderá modificar completamente o hardware do aparelho, acrescentando mais memória interna, adquirindo uma câmera com um sensor mais avançado e etc, tudo isso através de mini blocos/módulos em que cada um deles representará um item do smartphone
O projeto teve seus primeiros passos ainda em 2011, quando o Google adquiriu algumas patentes relacionadas a telefones modulares, mas a exploração do projeto começou em 2013, mais precisamente em outubro daquele ano, ainda sob o respaldo da unidade móvel da Motorola, que havia sido adquirida pelo Google em 2012. Mas como todo mundo sabe no ano passado o Google vendeu a Motorola pra Lenovo, mantendo algumas de suas patentes na transação, e uma delas claro que foi o Project Ara, a Motorola se foi mas o Ara ficou.
De lá pra cá muitas especulações sobre o projeto mas nada realmente de concreto, que representasse indícios que estava saindo do papel, porém tudo isso mudou no MWC 2015, onde tivemos realmente a exibição da matriz do projeto, e uma primeira noção de quando os primeiros modelos podem ser lançados.
Durante o evento a Yezz que é uma empresa pequena, sitiada em Miami e conhecida por vender smartphones baratos e desbloqueados para o Oriente Médio e África, é uma das poucas empresas nessa fase inicial que estão trabalhando com o Google para a produção dos smartphones modulares. De acordo com um porta-voz da Yezz o Google escolheu as empresas menores para esse estágio do projeto, para o lançamento do primeiro modelo. E você sabe muito bem porque o Google fez essa escolha né? É muito mais fácil “comandar” o projeto com um empresa pequena do que com grandes corporações como Samsung e HTC por exemplo que com certeza iriam palpitar na concepção e execução do Ara.
O mesmo porta-voz da companhia disse que a Yezz planeja vender seu primeiro smartphone sob o Project Ara por aproximadamente US$ 200, e que o primeiro smartphone modular será revelado no final do ano em Porto Rico. O que seria praticamente o dobro da produção, já que o Google disse em certa ocasião que o custo de produção de um smartphone Ara de médio desempenho custaria de US$ 50 a US$ 100 para ser fabricado.
Durante a MWC logicamente a Yezz não exibiu nenhum smartphone modular ao público em pleno funcionamento, o que ela fez foi exibir alguns módulos em seu estande.
Basicamente um smartphone Ara, é composto por um endoesqueleto e os módulos, através desse esqueleto interno é possível reunir até 11 módulos, que nada mais é do que os pequenos blocos que irão formar cada parte do smartphone. Com esse formato um modelo com 8 MP de câmera pode ser atualizado para um de 16 MP por exemplo, mantendo toda a estrutura anterior do aparelho. Logicamente que para cada modelo de smartphone modular serão lançados uma quantidade exata de blocos compatíveis, e o usuário irá escolher dentre aquela faixa de opções disponíveis
Paul Eremenko, diretor do Project Ara disse que o objetivo do projeto é conquistar seis bilhões de cliente em potenciais (esses seis bilhões que ele se refere é a quantidade de usuários que possuem um smartphone), e cinco bilhões de usuários futuros, e a maioria deles provinda de mercados emergentes.
Aos poucos o Ara vem angariando parceiros, recentemente a Toshiba por exemplo anunciou o primeiro módulo da companhia para o projeto, trata-se de uma câmera de 5 MP para os smartphones modulares do Google. Além desse modelo a Toshiba também já está desenvolvendo outros módulos de câmeras mais potentes contendo 13 MP
Além dos smartphones modulares, que aos poucos começam a ganhar forma não devemos esquecer que em outros casos já encontramos o conceito de modulação como por exemplo nas fontes de alimentação, que apresentam versões semi e completamente modular permitindo que o usuário retire os cabos que não irá utilizar no momento, melhorando a circulação do ar e organização interna do computador.
Daqui alguns anos o conceito de modulação em qualquer dispositivo será totalmente comum, com o Google investindo nesse segmento é questão de tempo que outras empresas se aliem a ele para desenvolver vertentes ao do Ara, a empresa One Laptop Per Child, por exemplo já manifestou interesse em se unir ao Google na criação de dispositivos modulares para o desenvolvimento de computadores compostos por módulos. A One Laptop Per Child foi criada em 2005 e tem como foco o mercado de notebooks infantis, com o novo método a empresa pretende criar módulos para CPU, Bateria, câmera e etc
Vamos aguardar até Agosto ou o final do ano para ver se o primeiro modelo de smartphone modular chegará ao mercado e se valerá a pena investir nesse novo método de customização. De acordo com o diretor do Ara com o novo projeto o grande problema do “paradoxo da escolha” será finalizado, já que o usuário terá muito mis liberdade em montar da forma que desejar o seu smartphone. Você concorda? O que acha do Project Ara? Deixe seu comentário abaixo.
Fonte(s): Stuff