A Samsung Eletronics está passando por uma fase difícil no segmento de semicondutores, e por isso a empresa está precisando tomar algumas medidas drásticas para enfrentar esse cenário desafiador.
Diante de perdas consideráveis e de um mercado bem competitivo, a medida mais impactante até o momento foi a decisão de fechar parte de suas linhas de produção da divisão de semicondutores em suas instalações de fundição (manufatura contratada) com o objetivo de cortar custos. Saiba mais detalhes!
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Medidas de redução de custos
Analistas estimam que a divisão de fundição da Samsung registrou prejuízos de cerca de 1 trilhão de won no terceiro trimestre de 2024, o que se tornou um motivo forte para que a empresa decidisse desligar algumas de suas operações.
De acordo com fontes, mais de 30% das linhas de produção de 4nm, 5nm e 7nm em suas instalações Pyeongtaek Line 2 (P2) e Line 3 (P3) já foram desativadas. O plano é que esse desligamento chegue a aproximadamente 50% até o final do ano.
Essa não foi uma decisão de última hora ou tomada no calor do momento, mas parece fazer parte de um plano maior da empresa. Isso porque a Samsung pretende interromper as operações de forma gradual, enquanto acompanha de perto a demanda de seus clientes.
Segundo fontes internas da indústria, a empresa preferiu desligar a energia das linhas de produção para reduzir os custos de eletricidade, ao invés de continuar operando com baixa utilização.
Samsung enfrenta alguns desafios na aquisição de pedidos
Um dos principais desafios que a divisão de fundição da Samsung enfrenta é a dificuldade em ter pedidos de grandes empresas globais de tecnologia, como Nvidia, AMD e Qualcomm. Isso porque esses clientes têm preferido trabalhar com a TSMC, a líder do setor, o que torna a competição ainda mais acirrada para a Samsung.
Outro problema significativo é a redução de pedidos das empresas fabless chinesas, que anteriormente eram clientes importantes para os processos de 4nm e 5nm da Samsung. As restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos à indústria de semicondutores da China contribuíram para que essas empresas chinesas adiassem projetos.
Com a incerteza do cenário político e comercial, muitos desses projetos só deverão ser revisados depois da eleição presidencial nos EUA.
Riscos de perda de competitividade
As medidas de corte de custos, embora necessárias para a sustentabilidade financeira a curto prazo, podem acabar trazendo consequências de longo prazo para a Samsung. Especialistas do setor já revelaram sua preocupação de que a empresa possa “enfraquecer” e perder ainda mais terreno para a TSMC, que já está à frente em termos de tecnologia e capacidade de produção.
Lee Jong-hwan, professor de engenharia de semicondutores de sistemas na Universidade de Sangmyung, destacou o risco de a Samsung ficar para trás no setor de fundição.
“À medida que a Samsung Electronics se concentra nos chips de memória, a espinha dorsal de seu negócio de semicondutores, o negócio de fundição tem sido deixado em segundo plano,” explicou ele. Com linhas de produção paralisadas, a lacuna tecnológica com a TSMC tende a se ampliar, tornando a recuperação mais difícil.
Ou seja, se a empresa não conseguir reverter esse quadro e assegurar novos pedidos em grande escala, sua posição no setor de fundição poderá ser ainda mais prejudicada.
Fonte: chosun
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