No filme “A.I. – Inteligência Artificial” de 2001 nós vemos um mundo onde robôs humanóides são muito comuns, inclusive com pele e expressões faciais similares às dos humanos de verdade. É claro que no filme não temos o fenômeno do “vale da estranheza” pois os robôs são interpretados por humanos reais. Mas no vídeo que você verá abaixo o vale da estranheza chega com força.
Isso por que pesquisadores do Japão revelaram um protótipo capaz de exibir “emoções” humanas, como sorrir ou franzir a testa. O estudo, divulgado na revista Cell Reports Physical Science, apresenta uma réplica da pele humana em robôs humanoides. Confira o vídeo para ver o resultado.
Detalhes e desafios da pele sintética
No artigo, os cientistas detalham um método inovador para fixar pele cultivada em laboratório em faces robóticas. “Ao imitar estruturas ligamentares da pele humana e ao usar perfurações feitas especialmente em materiais sólidos, encontramos uma maneira de unir a pele a estruturas complexas. A flexibilidade natural da pele e o forte método de adesão significam que a pele pode se mover com os componentes mecânicos do robô sem rasgar ou descascar“, explica a equipe.
Segundo eles, essa pele sintética adere a quase qualquer superfície, mantendo mobilidade e elasticidade. Os pesquisadores também avançaram na busca por um acabamento mais natural para a pele artificial, aproximando-se de replicar fielmente a aparência humana.
O estudo trouxe novos desafios, como criar rugas superficiais e uma epiderme mais espessa. A equipe sugere que uma pele ainda mais realista poderia incluir elementos como glândulas sudoríparas e nervos.
Pra quê?
O propósito dessa pesquisa vai além da robótica; ela visa impulsionar futuros tratamentos dermatológicos e cirurgias plásticas. A meta é desenvolver uma pele sensível ao calor, contribuindo para a medicina regenerativa, como na cicatrização de feridas.
“Para empregar equivalentes de pele como materiais de cobertura para robôs, é necessário um método seguro para fixá-los à estrutura. Cobrimos um molde facial 3D com estrutura de superfície complexa com equivalente de pele e construímos uma face robótica capaz de expressar sorrisos, contribuindo potencialmente para avanços na robótica biohíbrida“, conclui o estudo, protagonizado pelo peculiar e sorridente robô.
Fonte: Cell Reports Physical Science
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