Quando pensamos em tecnologia, principalmente de serviços oferecidos por Big Techs, a última coisa em que pensamos é em retrocesso. Sempre achamos que os serviços vão ficar melhores, mais rápidos, mais assertivos, etc… No entanto, pelo menos com os buscadores, está acontecendo o contrário.
Um recente estudo europeu, que analisou 74 mil buscas por avaliações de produtos (reviews) no Google, Bing e DuckDuckGo, revelou um retrocesso preocupante na qualidade dos resultados oferecidos por esses buscadores. A pesquisa, que se estendeu por um ano, é a primeira revisão sistemática sobre a deterioração da qualidade dos resultados dos mecanismos de busca.
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O que é SEO e o problema causado por ele
Os cientistas, focando em avaliações de produtos, descobriram que as páginas com mais links de afiliados, que são mais otimizadas para SEO (Search Engine Optimization), apresentam qualidade textual inferior.
Essas páginas tendem a ser superficiais, com conteúdo pobre e um excesso de links de afiliados, prejudicando a experiência do usuário. Os chamados domínios de spam frequentemente aparecem nas posições mais altas nos resultados de busca, especialmente no Bing e no DuckDuckGo.
Mas, afinal de contas, o que é SEO? SEO é a sigla em inglês para Otimização para Motores de Busca. Trata-se de um conjunto de técnicas e estratégias usadas para aumentar a visibilidade de um site nos resultados de busca de motores como Google, Bing e outros. O objetivo do SEO é fazer com que um site ou uma determinada página apareça nas primeiras posições dos resultados de busca quando alguém procura por palavras-chave relacionadas ao conteúdo desse site/página.
Para simplificar, pense no SEO como o processo de tornar seu site mais “amigável” para os motores de busca. Isso envolve otimizar o conteúdo do site (como textos, imagens e vídeos) e sua estrutura (como o design e a codificação) para que os motores de busca possam entender facilmente do que se trata o site e considerá-lo relevante para certos tópicos ou perguntas feitas pelos usuários.
Atualizações do algoritmo são logo contornadas pelos especialistas em SEO
O estudo também apontou que, embora o Google realize atualizações periódicas no algoritmo para combater esse problema, os efeitos são limitados e temporários. Essas atualizações parecem ter um “efeito positivo temporário” e, mesmo após sua implementação, ainda é possível encontrar domínios com spam e textos de qualidade inferior nos resultados de busca.
O domínio do Google sobre a internet moderna tem moldado um cenário onde o conteúdo de baixa qualidade e spammy, otimizado para alcançar o topo das páginas de resultados dos mecanismos de busca (SERPs), é abundante, mas não necessariamente útil para os usuários.
O próprio Google admitiu que estava atualizando seu algoritmo em 2022 para priorizar o “conteúdo centrado nas pessoas“, mas os pesquisadores descobriram que esses esforços têm sido em vão, já que os especialistas em SEO e fábricas de spam simplesmente descobriram como contornar as novas alterações do sistema.
Ou seja, a internet está simplesmente sendo inundada de textos e páginas escritos minuciosamente para SEO, em outras palavras, para aparecer nos primeiros lugares do Google (ou de outros buscadores). Está cada vez mais difícil encontrar textos profundos e escritos para pessoas e não para robôs.
Expectativas para o futuro
O estudo concluiu que há uma tendência geral de declínio na qualidade do texto em todos os três motores de busca, com a linha entre o conteúdo benigno e o spam se tornando cada vez mais turva.
Essa situação tende a piorar com o avanço da inteligência artificial generativa. Eu mesmo já consigo identificar, só de ler o texto, quando ele foi escrito por um ChatGPT da vida e quando teve o “dedo” humano. E está cada vez mais frequente a presença de textos escritos por inteligência artificial. São todos praticamente iguais, usando os mesmos termos, sentenças e construção de frases.
Os pesquisadores também argumentam que o “spam adversário dinâmico”, na forma de conteúdo comercial de baixa qualidade produzido em massa, merece mais atenção, embora não esteja claro como combatê-lo eficazmente.
Fonte: The Register e Business Insider
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