Redes sociais que não derrubarem conteúdo sobre violência contra escolas podem sair do ar, alerta ministo

Redes sociais que não derrubarem conteúdo sobre violência contra escolas podem sair do ar, alerta ministo

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou a edição de uma portaria, publicada na tarde de ontem (12), que reforça o combate contra a disseminação de conteúdos em redes sociais que possam fomentar violência contra instituições de ensino.

O caminho, em torno de como essa comunicação e ação contra as plataformas serão feitos em dois caminhos, segundo o Ministro em declaração ao G1. “De um lado, sanções administrativas que podem chegar à suspensão da atividade da empresa. E, no caso de descumprimento, poderíamos chegar ao limite do banimento”.

Num primeiro estágio de resistência contra a remoção de conteúdo, a e empresa pode estar sujeita a multa de até R$ 12 milhões. O limite seria a suspensão da atividade da plataforma no Brasil. Sobre a questão dos termos de uso, que poderia ser utilizado como uma blindagem pelas plataformas para evitar a remoção, o ministro disse que “uma criança vale mais do que todos os termos de uso de todas as plataformas. E, independentemente da materialização dessas ameaças, estamos vendo várias tentativas, o que mostra que nós precisamos de uma nova normatividade proporcionalmente mais rígida, a fim de garantir a cessação dessa prática nociva por intermédio da internet, das redes sociais”.

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Dino alega que foram detectados algo próximo a mil perfis nas redes sociais que difundem ameaças a escolas, e que as plataformas precisam arcar com as consequências e zelar pela segurança dos serviços. A portaria publicada nesta quarta-feira também fornece diretrizes específicas para as empresas lidarem com o tema:

  • A retirada imediata de conteúdos após a solicitação das autoridades competentes;
  • Avaliação sistêmica de riscos, adoção de medidas visando evitar a disseminação de novas ameaças às escolas;
  • Política de moderação ativa de conteúdos nas redes;
  • Informar ao MJSP quais as regras do algoritmo de recomendação são utilizadas em seus domínios.

“A portaria terá orientações para atuação da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) – já que as redes sociais também se enquadram nas relações de consumo, reguladas pelo Código de Defesa do Consumidor – quanto para a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp)”, pontua a nota oficial. 

A Senacom vai instalar processos para pôr em curso a apuração da responsabilidade das plataformas virtuais em relação à apologia de violência. As plataformas também terão que informar os riscos de acesso de crianças e adolescentes aos conteúdos relacionados com violência e riscos de propagação e viralização destes materiais.

As redes também serão obrigadas a compartilhar informações sobre usuários para facilitar o processo de investigação, além de impedir a criação de novos perfis a partir de endereços que já foram desativados.

O Twitter, plataforma que a principio estava menos disposta a colaborar com a maneira como o Governo está gerindo o tema, mudou o tom e seu modo de ação. Flávio Dino diz que a plataforma mostrou uma visão mais colaborativa, e que a empresa está disposta a cumprir as solicitações das autoridades para a retirada das publicações.

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