Várias instituições de pesquisa, aliadas com empresas e universidades, estão buscando novas maneiras de transmitir dados, de forma que se possa alcançar taxas de transferências cada vez mais rápidas. Há apenas alguns meses os cientistas chegaram na casa dos Terabits por segundo (Tbps), o que por si só já é impressionante. Cientistas da Dinamarca conseguiram atingir a marca de 43 Tbps em julho. Essa velocidade é suficiente pra baixar um filme de 1 GB em apenas 0,2 milissegundos. Exatamente, em muito menos que 1 segundo. Porém, desta vez, pesquisadores da Holanda e Estados Unidos alcançaram um novo recorde, de nada mais nada menos que 255 Tbps!
Trocando em miúdos, 255 Tbps é o equivalente a baixar 32 TB de dados por segundo! É algo inimaginável. Aquele mesmo filme de 1 GB seria baixado agora em míseros 0,03 milissegundos ou, ainda, em 0,00003 segundos. Para se ter uma ideia, a conexão comercial mais rápida dos Estados Unidos e que utiliza fibra ótica é de “apenas” 100 Gbps. Você sabe o quão mais lento ela é em relação a esse novo recorde? 2.550 vezes mais lento. Só pra humilhar ainda mais, essa velocidade de 255 Tbps seria capaz, atualmente, de suportar todo o tráfego da internet no horário de pico!
Mas como eles conseguiram fazer essa mágica? Simples: eles utilizaram cabos de fibras ópticas com múltiplos núcleos. As fibras ópticas atuais possuem apenas um único núcleo, ou seja, uma única “via” por onde a luz trafega, carregando os dados. Já essa nova fibra óptica possui filamentos com 7 núcleos! Assim, a luz pode trafegar por muito mais vias e carregar muito mais dados. Imagine que os filamentos de fibra óptica atuais são como avenidas. Eles possuem apenas uma avenida, por onde trafega um fluxo único de carros. Agora imagine que o governo aumentou essa avenida, fazendo mais sete! Só que, para economizar espaço, eles fizeram uma cima da outra. Dá pra passar muito mais carros do que antes, obviamente. É assim que funciona, basicamente, este nova tecnologia. Claro, essa foi uma explicação bem simplória, apenas para você visualizar o tamanho dos ganhos.
E o melhor de tudo isso é que esse recorde não foi obtido em condições ideais, como os outros. Os cientistas utilizaram um cabo de 1 Km para mandar as informações. Isso mostra que, mesmo em fase de testes, esse novo método de transmissão de dados é viável de ser usado no “mundo real”, digamos assim. Em pouco tempo, as conexões atuais se mostrarão insuficientes para atender a demanda cada vez maior de streaming de vídeos em alta qualidade, músicas, fotos em resolução cada vez mais altas e o enorme tráfico de dados que é trocado todos os dias na internet. Quem sabe, a sua próxima conexão poderá ser de 1 Gbps.
Via Extreme Tech