Em tempos de Big Data e Analytics conhecer o consumidor é obrigação e colher dados é inevitável. Além de reunir dados, o que já coloca em xeque qualquer resquício de privacidade, muitas empresas vendem essas informações para terceiros.
Traduzindo em números, de acordo com uma pesquisa encomendada pela CA Technologies, conduzida pela Frost & Sullivan, 43% dos executivos de empresas admitem vender informações pessoalmente identificáveis (PII, na sigla em inglês) de seus clientes. A pesquisa foi feita com 990 consumidores e 324 executivos de empresas de 10 países.
Tais informações classificadas como PII, podem ser nome, país, endereço, endereço de e-mail, número de cartão de crédito, número de Seguro Social, número de identidade, endereço de IP, entre outras coisas.
A conclusão sobre esse panorama da venda de dados está presente no relatório Global State of Digital Trust Survey and Index 2018. Além das empresas que vendem suas informações por livre e espontânea vontade há também aquele grupo que já passou por violações de dados, o que acaba movimentando o mercado do cibercrime, que vende informações roubadas pela web e dark web. O percentual sobe de 43% para 48%, quando se leva em consideração as companhias que já enfrentaram violações.
Outro dado curioso é que apenas 15% dos profissionais de cibersegurança dessas empresas que vendem dados estavam ciente que essa transação estava ocorrendo.
O reforço do time de cibersegurança é essencial para a imagem da empresa, já que após a companhia estar envolvida com uma violação o reflexo no mercado é completamente negativo. O relatório revela que 48% dos entrevistados relatam ter abandonado serviços de alguma organização envolvida com uma violação de dados divulgada publicamente. “A confiança é passageira se as organizações não adotarem o processo para evitar que os dados dos consumidores caiam em mãos erradas. O sucesso na economia digital exige a adoção de uma mentalidade de segurança em primeiro lugar.”, diz Julio Carvalho, diretor de cibersegurança para América Latina na CA Technologies.
86% dos consumidores entrevistados dizem que preferem receber serviços mais seguros, aqueles que oferecem mais proteção contra vazamentos, do que aqueles que se posicionam como mais convenientes. 59% das companhias dizem ter registrado um tremendo impacto negativo em seus negócios após um escândalo de vazamento de informações.
“Estamos numa encruzilhada na era da informação, pois mais empresas estão em destaque por não protegerem os dados que armazenam. Com essa pesquisa procuramos entender como os consumidores se sentem com suas informações pessoais nas mãos das organizações e como as organizações veem seu dever de proteger esses dados”, diz Jarad Carleton, Diretor de Cibersegurança da Frost & Sullivan. “O que a pesquisa constatou é que certamente existe um preço a pagar quando se trata de manter a privacidade das pessoas, não importa se você é um consumidor ou gerente de uma empresa que lida com dados de clientes. O respeito pela privacidade do consumidor deve ser um pilar ético para qualquer companhia que coleta dados de usuários.”
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