O famigerado “Jogo do Tigrinho” — que é um jogo de azar ilegal, diga-se de passagem — tem causado sérios problemas. O caso mais recente envolve um empregado de uma distribuidora alagoana que gastou R$ 12 mil do FGTS e não recuperou a quantia. O incidente ganhou repercussão nacional quando foi noticiado pelo programa Fantástico no domingo (23).
Anúncios do Fortune Tiger são frequentes nas redes sociais. Inclusive, há muitos usuários incomodados com o spam que é feito sobre esse jogo. Mas o que mais preocupam são os relatos de perdas financeiras na “brincadeira”.
O trabalhador residente na cidade de Maceió (AL), por exemplo, após uma perda inicial, continuou jogando na tentativa de reaver o dinheiro. “Quando recebia meu salário, eu depositava R$ 50 e perdia. Persistia na esperança de recuperar as perdas“, disse o homem que preferiu o anonimato. Essa busca por recuperação tornou-se um poço sem fundo. “Perdi tudo: salário e FGTS. Gastei os R$ 12 mil do FGTS“, lamentou.
Vale lembrar que o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) foi criado com o objetivo de proteger o trabalhador demitido sem justa causa, mediante a abertura de uma conta vinculada ao contrato de trabalho. É comum que as pessoas usem o valor acumulado no FGTS para dar entrada no financiamento de uma casa, por exemplo. Então, usar este dinheiro em um jogo de azar é, no mínimo, burrice.
Infelizmente, esse caso não é isolado. A reportagem revela que outros colegas também sofreram perdas com o “Jogo do Tigrinho”, segundo Rafael Tenório, empresário: “Pessoal pedia adiantamento de férias, antecipação do 13º, empréstimos“, relatou ao Fantástico. “Alguns queriam até se desligar da empresa, inclusive funcionários de longa data“, acrescentou.
A Polícia Civil de Maceió identificou 12 influenciadores digitais ligados a uma rede criminosa que promove o jogo. Em São Paulo, mais de 500 boletins de ocorrência foram registrados relacionados ao Fortune Tiger (nome original do “Jogo do Tigrinho”).
Não custa nada ressaltar que o Fortune Tiger é ilegal no Brasil. Como é um produto estrangeiro sem representação local, escapa das leis nacionais. A Justiça brasileira realiza operações para conter sua divulgação, buscando evitar mais vítimas como as da empresa maceioense.
E você? Já gastou algum dinheiro apostando no tigrinho?
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