O fim dos planos de dados com acesso ilimitado a aplicativos específicos, como WhatsApp, Twitter e YouTube, pode estar mais próximo do que imaginamos.
As principais operadoras de telefonia do Brasil, incluindo TIM, Claro e Vivo, estão reavaliando a viabilidade desses pacotes, conhecidos como “zero rating”, devido a uma série de desafios emergentes.
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O que é zero rating
Caso você não saiba, o “zero rating” é uma estratégia comercial em que as operadoras de internet oferecem acesso ilimitado a determinados aplicativos, sem descontar da franquia de dados dos usuários. Essa prática tem sido uma ferramenta eficaz para atrair e reter clientes. No entanto, isso agora está sendo analisado com mais cuidado pelas operadoras.
O aumento do consumo de dados, impulsionado pela popularização da conectividade 4G e também 5G, é um dos principais fatores que levam as operadoras a reconsiderar a manutenção do “zero rating”.
Com a crescente demanda por dados, as teles estão enfrentando a necessidade de investir mais em infraestrutura de rede, o que aumenta seus custos operacionais.
Além disso, a prática do “zero rating” tem sido criticada por violar o princípio da neutralidade da rede, que é um dos pilares do Marco Civil da Internet no Brasil. Ao oferecer acesso ilimitado a certos aplicativos, as operadoras estariam favorecendo esses serviços em detrimento de outros, criando uma espécie de “internet de duas velocidades”.
O que dizem as operadoras
As operadoras estão cientes desses desafios e já estão tomando medidas para abordá-los. A Claro, por exemplo, que atualmente oferece acesso ilimitado a uma variedade de aplicativos, incluindo WhatsApp, Waze, Instagram, TikTok e Facebook, dependendo do plano, está reavaliando essa prática. O presidente da Claro, José Feliz, descreveu o “zero rating” como um “erro”, mas acredita que é algo que pode ser corrigido:
“Não tenho dúvida que o zero rating foi um erro, um equívoco. Não há nada que não possa ser consertado.”
A Vivo, que atualmente oferece WhatsApp ilimitado para seus planos pré e pós-pagos, também está reavaliando a prática. Alex Salgado, vice-presidente de negócios da Vivo, indicou que a oferta de aplicativos com uso ilimitado tem diminuído nos últimos anos, pois é necessário remunerar o investimento feito na rede:
“Temos alguns planos com zero rating, mas não é o nosso padrão. Cada vez mais nós temos diminuído a oferta de aplicativos com uso ilimitado para o mercado, porque entendemos que existe a necessidade de remunerar o investimento feito na rede”.
A TIM oferece acesso livre ao WhatsApp e Deezer nos planos pré-pagos. Nos planos pós-pagos ela ainda inclui outros aplicativos, tais como Instagram, Facebook e Twitter. A companhia também está reavaliando a prática. Fábio Avellar, diretor de receitas da TIM, disse que a operadora está buscando ampliar suas fontes de faturamento devido a grandes investimentos nas redes, como o 5G.
No entanto, qualquer mudança nesse sentido não será feita de imediato e os consumidores serão notificados. As operadoras estão cientes de que uma mudança abrupta poderia levar a problemas com os órgãos de defesa do consumidor. Portanto, é provável que vejamos uma transição gradual para novos modelos de planos de dados no futuro.
Fonte: Minha Operadora
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