A operadora Oi entrou com um novo pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira (2). A tele acumula uma dívida de R$ 29 bilhões. O requerimento foi feito em conjunto com as subsidiárias Portugal Telecom International Finance B.V. e Oi Brasil Holdings Coöperatief U.A.
A situação da Oi é acompanhada de perto pelo mercado e pelos investidores. A empresa vem passando por um processo de reestruturação e venda de ativos para reduzir sua dívida. Nos próximos parágrafos eu conto mais detalhes sobre a nova solicitação de recuperação judicial da Oi e os motivos que levaram a empresa a tomar essa decisão.
Leia também
Oi está prestes a entrar em um novo processo de recuperação judicial
Oi Fibra aumenta preço dos planos de banda larga em quase 100 cidades
Motivos para o novo pedido de recuperação judicial
A empresa afirmou que o novo pedido deve-se às negociações em andamento com credores e ao cenário econômico-financeiro em que se encontra. Segundo a Oi, há muita negociação com credores, que visa a repactuação de dívidas financeiras e o fortalecimento da estrutura de capital, além da otimização de sua liquidez e perfil de endividamento da companhia.
Embora a empresa tenha afirmado que avançou no processo de recuperação (e isso é verdade, já que em 2016 a dívida chegava a R$ 65 bilhões), ainda há fatores que precisam de mais tempo.
O principal deles é a aproximação da data de encerramento dos efeitos da tutela cautelar de urgência que tramita no Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro.
A Oi também destacou a “existência de pontos negociais ainda sujeitos à concordância entre as partes, que impossibilitam a marca de concluir, até o momento, as negociações e objetivos mencionados”. Outra razão apontada é o cenário econômico-financeiro em que se encontram a empresa e suas subsidiárias. As empresas têm “dívidas vencidas e o potencial vencimento antecipado e cruzado de contratos financeiros celebrados”.
Por fim, a Oi afirmou que a “necessidade de manutenção da proteção legal contra potenciais execuções de credores e outras medidas contra a Companhia e suas Subsidiárias” justificou o pedido de recuperação judicial.
Movimento já era esperado pelo mercado
A Oi já havia entrado com um pedido de recuperação judicial em 2016. Esse primeiro pedido foi homologado em 2018. Desde então, a empresa vem passando por um processo de reestruturação e venda de ativos para reduzir sua dívida. A nova solicitação de recuperação judicial ainda precisa ser submetida aos acionistas em Assembleia Geral da Companhia para ser aprovada.
O movimento da Oi em entrar com um novo pedido de recuperação judicial não foi uma surpresa para o mercado. No começo de fevereiro de 2023, a empresa pediu tutela de urgência cautelar à Justiça do Estado do Rio de Janeiro para suspender a cobrança de dívidas.
Por falar em dívidas, a da Oi é de R$ 29 bilhões. A empresa de telecomunicações enfrenta dificuldades para quitar suas pendências financeiras. Tanto é que sendo que R$ 600 milhões já venceram no dia 5 de fevereiro e a empresa não confirmou o pagamento. Parte significativa desse déficit é em dólar, o que torna ainda mais complexa sua quitação.
O pedido de tutela foi aprovado pelo Juiz Fernando César Ferreira Viana, que destacou a situação da empresa agravada pelas questões econômicas atuais, como a inflação e o impacto da pandemia. Com isso, a empresa recebeu 30 dias para realizar um novo pedido de recuperação judicial, que acabou se concretizando nesta quinta-feira.
Fonte: Oi
Deixe seu comentário