A administração Biden está finalizando novas regras para conter o avanço da indústria de semicondutores na China. No entanto, as restrições não serão tão severas quanto as inicialmente projetadas. Embora alguns fabricantes chineses de chips sejam diretamente impactados, o foco principal das novas medidas é limitar o desenvolvimento de equipamentos para fabricação de chips e restringir o fornecimento de tecnologias essenciais para o setor de inteligência artificial (IA) do país asiático.
Foco em entidades específicas
Segundo a Bloomberg, as novas regras priorizam restrições direcionadas a empresas específicas, em vez de categorias amplas de fabricantes. Duas fábricas controladas pela Semiconductor Manufacturing International Corp. (SMIC) estão entre os alvos das sanções.
No caso da Huawei, que já está na Entity List do governo dos EUA, apenas alguns de seus cerca de 12 fornecedores conhecidos serão adicionados à lista e, consequentemente, proibidos de utilizar tecnologia norte-americana. Isso permitirá que a Huawei e alguns parceiros continuem operando parcialmente.
Em relação à produção de memórias de alta largura de banda (HBM), a ChangXin Memory Technologies (CXMT), que fabrica HBM2, não será diretamente impactada pelas restrições desta vez.
Embora as restrições propostas possam ser anunciadas na próxima segunda-feira, o texto ainda não foi finalizado e está sujeito a mudanças. A proposta reflete um equilíbrio entre frear o avanço tecnológico chinês e minimizar os danos econômicos para empresas americanas e aliadas.
O projeto atual surge após intensas campanhas de lobby realizadas por fabricantes de chips norte-americanos, incluindo Applied Materials, KLA e Lam Research. Essas empresas argumentaram que restrições mais severas poderiam colocá-las em desvantagem competitiva em relação a concorrentes estrangeiros, como a japonesa Tokyo Electron e a holandesa ASML.
Impacto no setor
O governo norte-americano também planeja incluir mais de 100 empresas chinesas emergentes de fabricação de equipamentos semicondutores na lista de restrições. Essas companhias, frequentemente financiadas pelo governo chinês, buscam desenvolver tecnologias que possam substituir os equipamentos de grandes fornecedores globais como ASML, Applied Materials, KLA, Lam Research e Tokyo Electron.
O objetivo de longo prazo da China é viabilizar a produção de chips avançados sem depender de fornecedores externos, algo que os EUA desejam impedir. Os investimentos da China em equipamentos para a fabricação de chips já é superior ao dos EUA, Taiwan e Coirea do Sul juntas.
No entanto, o caminho para que a China possa igualar tecnologiamente outros players será árduo. Recentemente, Taiwan afirmou que a China está 10 anos atrás da TSMC em semicondutores.
A TSMC, que lidera o mercado de semicondutores global, atendendo inúmeros parceiros, como Apple e NVIDIA, já oficializou que não irá mais fornecer chips de 7nm para a China. A decisão foi tomada após uma forte pressão do governo dos Estados Unidos.
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