Neuralink: Empresa de Elon Musk começa a recrutar voluntários para implantar chip no cérebro

Neuralink: Empresa de Elon Musk começa a recrutar voluntários para implantar chip no cérebro

Em dezembro do ano passado, a Neuralink, empresa criada em 2016, e que tem como um dos fundadores o bilionário Elon Musk, declarou que, entre 6 meses, seriam iniciados os testes de implantação de chips no cérebro de humanos. E agora, a empresa liberou um formulário para receber a candidatura de pessoas com paralisia que queiram participar do procedimento.

Os pré-requisitos são: cidadãos americanos de, no mínimo, 18 anos com paralisia decorrente de lesão da modula espinhal cervical ou esclerose amiotrófica e que tenham suporte de um cuidador. Pacientes propensos a convulsões, e aqueles que já receberam outros implantes (como marca-passo), não são elegíveis para o estudo.

A meta com a implantação dos chips é permitir que esses voluntários consigam controlar um teclado de computador usando o pensamento. O estudo terá duração de seis anos com acompanhamento constante dos voluntários. A primeira fase, o estudo primário, incluirá nove consultas domiciliares e clínicas durante 18 meses. Depois disso, os pacientes terão que passar por 20 consultas ao longo de cinco anos.

Durante a operação, o robô cirúrgico R1, desenvolvido pela Neuralink, colocará o implante N1 com fios ultrafinos e flexíveis nas áreas do cérebro que controlam o movimento. “Uma vez instalado, o implante N1 é esteticamente invisível e foi projetado para registrar e transmitir sinais cerebrais sem fio para um aplicativo que decodifica a intenção de movimento”, explica a Neuralink. São 1.024 canais de comunicação bidirecionais entre o cérebro e o chip do computador.

Neuralink

A divulgação oficial do teste em humanos chega alguns meses após a Neuralink receber a aprovação da FDA, uma agência reguladora de saúde dos Estados Unidos, concedida em maio. Em setembro, a empresa também recebeu o aval de uma agência independente.

Antes da autorização em humanos, a Neuralink vinha realizando testes em ovelhas, porcos, macacos e também em ratos. Segundo uma investigação da Reuters, publicada em dezembro do ano passado, 1.800 animais morreram nos laboratórios da empresa desde 2018. Muitas dessas mortes teriam ocorrido por erros de procedimento adotados pela Neuralink.

Os problemas também passariam pela cultura corporativa da Neuralink, com cobranças excessivas e prazos que, na visão dos funcionários, seriam impossíveis de cumprir.

Um grupo que defende a investigação científica e ética está apelando à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) para investigar Elon Musk devido à sua recente afirmação de que nenhum macaco morreu como resultado do chip cerebral da Neuralink. O empresário afirmou isso em sua conta no X (Ex-Twitter).

 

Segundo o Comitê para Medicina Responsável, que solicitou a investigação à SEC, pelo menos uma dúzia de macacos sofreram vários problemas de saúde, incluindo infecções e inflamação cerebral, antes de serem finalmente sacrificados.

A Neuralink se defendeu em seu blog oficial, afirmando que o “uso de cada animal foi extensivamente planejado e considerado para equilibrar a descoberta científica com o uso ético dos animais”.

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