A crescente popularidade de namoradas virtuais criadas com inteligência artificial entre jovens da Geração Z (nascidos a partir de 1995 até aproximadamente 2010) tem levantado preocupações sobre saúde mental, segundo Eric Schmidt, ex-CEO do Google. Durante entrevista ao podcast The Prof G Show, Schmidt destacou os riscos associados ao uso de IA generativa para criar relações artificiais, especialmente entre adolescentes do sexo masculino.
Conforme o ex-executivo, os jovens buscam diversão e apoio emocional no mundo online, mas acabam frequentemente expostos a conteúdos prejudiciais promovidos por algoritmos. “Você coloca uma criança de 12 ou 13 anos diante dessas coisas, e ela tem acesso a todo o mal e a todo o bem do mundo. E ela não está pronta para aceitar isso”, afirmou Schmidt. Ele também alertou que essa interação pode se tornar uma “obsessão possível”, intensificando problemas como solidão e desconexão da realidade.
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Embora tanto homens quanto mulheres utilizem chatbots para criar parceiros ideais, Schmidt argumenta que os homens jovens são mais vulneráveis aos impactos negativos dessas interações. Ele atribui isso a níveis mais baixos de educação em comparação com as mulheres da mesma faixa etária, como apontam estudos.
Além disso, Schmidt destacou como algoritmos de redes sociais levam esses jovens a comunidades online problemáticas, incluindo influenciadores extremistas e bots manipuladores, o que pode agravar sua saúde mental.
Schmidt defende a regulação da IA
Schmidt sugeriu mudanças urgentes na legislação dos Estados Unidos para responsabilizar as empresas pelo conteúdo disseminado por suas plataformas. Ele mencionou o caso trágico de Sewell Setzer III, um adolescente de 14 anos que tirou a própria vida após meses de interação obsessiva com uma IA romântica. A mãe do jovem chegou a entrar com um processo contra contra a Character.AI e o Google
“Essa tragédia ilustra os riscos de um ambiente digital que ainda carece de mecanismos eficazes de proteção”, enfatizou o ex-CEO.
Quais seriam as soluções?
Como investidor de startups de IA, Schmidt não se limitou a apontar os problemas. Ele incentivou os pais a supervisionarem de perto as atividades online dos filhos, dado que as empresas não conseguem filtrar completamente o acesso a conteúdos prejudiciais por adolescentes.
“É essencial que os responsáveis estejam atentos. As empresas podem criar ferramentas incríveis, mas cabe aos pais monitorar como essas ferramentas estão sendo usadas”, alertou.
Com a ascensão da inteligência artificial generativa, Schmidt concluiu que a combinação de regulamentação mais rígida, educação digital e maior supervisão parental será fundamental para evitar que as novas gerações fiquem presas em relações artificiais com impactos reais na saúde mental.