A Mozilla, conhecida pelo navegador Firefox, comunicou aos seus colaboradores recentemente uma série de alterações organizacionais. No anúncio, a companhia detalha a decisão de reduzir o quadro de funcionários em algumas dezenas, diminuir os aportes financeiros em determinadas áreas e consolidar times visando impulsionar o avanço de sua inteligência artificial generativa.
Essas mudanças foram divulgadas logo após Laura Chambers assumir a posição de CEO na Fundação Mozilla. Caso você não saiba, na semana passada o antigo CEO, Mitchell Baker, foi demitido e substituído por Laura Chambers, que já chegou fazendo uma série de mudanças dentro da organização.
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Demissão de 5% dos funcionários e mudanças organizacionais
A reorganização promovida pela nova CEO inclui algumas medidas bem amargas. A pior delas é a dispensa de cerca de 60 empregados, equivalendo a 5% do total de trabalhadores da Mozilla. Embora este número pareça modesto em comparação com as demissões em massa realizadas por grandes empresas de tecnologia, como Meta, Microsoft e Google, no contexto brasileiro, essas demissões seriam consideradas coletivas, caracterizadas pelo desligamento simultâneo de empregados por um único motivo.
Laura Chambers foi nomeada CEO da Mozilla na semana passada, trazendo sua experiência de liderança adquirida em empresas como Airbnb, eBay e PayPal, além de sua participação prévia no conselho da Mozilla. Vale destacar também que Laura já tem experiência no cargo, visto que foi CEO da Willow Innovations.
O memorando escrito pela Mozilla, que foi compartilhado integralmente pelo TechCrunch, esclarece que as equipes do Pocket, Content e de IA/Machine Learning serão integradas para fortalecer o desenvolvimento da IA generativa futura do Firefox, o produto mais importante da Mozilla. Não está especificado no documento se essa integração envolverá a colaboração com a Fakespot, uma startup de IA adquirida pela Mozilla em 2023.
Foco em inteligência artificial
Vale lembrar que a Mozilla já tem algumas iniciativas em inteligência artificial em andamento. Por exemplo, em março de 2023 a organização anunciou a Mozill.ai, uma iniciativa interna voltada para o desenvolvimento de uma inteligência artificial de código aberto e segura, projetada para evitar a geração de malwares ou conteúdos indevidos, como pornografia deepfake.
Atualmente, as únicas IAs implementadas no Firefox são uma ferramenta de análise para produtos em sites de e-commerce e um tradutor embutido lançado na versão 118 do navegador, em setembro do ano passado. A ferramenta de análise de produtos em e-commerces surgiu devido à aquisição do Fakespot, que antes era uma extensão do navegador que detectava comentários e produtos falsos.
O memorando também menciona cortes de financiamento em várias iniciativas, incluindo a mozilla.social (uma extensão da rede social Mastodon), a VPN da Mozilla, o Mozilla Relay (um serviço de ocultação de emails) e o Online Footprint Scrubber (um recurso para eliminar rastros digitais, apresentado na semana anterior). Por outro lado, o Hubs, uma plataforma de realidade virtual 3D acessível via navegador, será descontinuado.
Ou seja, parece que o antigo CEO estava desperdiçando tempo, energia e recursos em serviços que não mudaram tanto o patamar do Firefox no mercado de navegadores. Em nota à Bloomberg, a Mozilla disse que “pretende priorizar novamente recursos em produtos como o Firefox para celulares, onde há uma oportunidade significativa para crescer e estabelecer um modelo melhor para a indústria”.
Fontes: TechCrunch, AndroidHeadlines, Bloomberg e The Verge
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