A Microsoft lançou nesta terça-feira (21) o HoloLens 2, seu óculos de realidade mista, no mercado brasileiro. O tão aguardado dispositivo chega ao país com um atraso de “apenas” quatro anos em relação ao seu lançamento internacional, ocorrido em 2019.
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HoloLens 2 chega em duas versões
O HoloLens 2 está disponível em duas versões. A industrial, adaptada para ambientes limpos e voltada para uso profissional, custa US$ 10.973 (aproximadamente R$ 57.561, em conversão direta). Já a versão padrão, por sua vez, é destinada a aplicações gerais. Ela sai por US$ 7.729 (cerca de R$ 40.521). Ou seja, pelos preços, já sabemos que esse produto não é para o nosso bico.
O lançamento do produto no Brasil ocorre em meio a turbulências e controvérsias na divisão responsável pelo HoloLens. Por exemplo, em junho de 2022, o então chefe da divisão, o brasileiro Alex Kipman, foi demitido após ser acusado de assédio.
Além disso, em janeiro deste ano, o contrato de US$ 400 milhões com o exército americano foi bloqueado e a divisão enfrentou demissões em massa. No começo do ano a Microsoft demitiu mais de 10 mil funcionários. Muitos deles trabalhavam no HoloLens.
Apesar dos desafios, a Microsoft espera conquistar o mercado empresarial brasileiro com o HoloLens 2. O dispositivo de realidade mista tem potencial para revolucionar setores profissionais, permitindo que colaboradores de diferentes localidades trabalhem juntos em um mesmo projeto.
Exemplos de uso do HoloLens 2
Um exemplo dessa aplicação é na manutenção aeronáutica. Mecânicos podem se conectar com supervisores para avaliar e reparar equipamentos em tempo real. Isso resulta em economia de tempo e dinheiro, evitando deslocamentos desnecessários.
A área da saúde é uma das que mais podem se beneficiar do HoloLens 2. O dispositivo já tem sido utilizado para facilitar a comunicação entre médicos de diferentes países e até mesmo durante procedimentos cirúrgicos.
A organização PBSF (Protegendo Cérebros, Salvando Futuros) demonstrou o uso do HoloLens 2 na avaliação remota de recém-nascidos com risco de lesão cerebral permanente, como em casos de asfixia perinatal.
Outro exemplo interessante é o da Santa Casa de São Paulo. Este será o primeiro hospital brasileiro a adotar o HoloLens 2. Médicos da instituição poderão contar com o suporte de especialistas da PBSF em casos de bebês com alto risco de lesão cerebral. Outra aplicação importante, embora não mencionada pela Microsoft, é a possibilidade de auxílio em cirurgias de separação de gêmeos siameses, consideradas algumas das operações mais complexas na medicina.
No entanto, não se pode ignorar os problemas enfrentados pela divisão de realidade virtual da Microsoft. Resta saber se o suporte para os produtos no Brasil será mais ágil do que o tempo que levou para o HoloLens 2 chegar ao país.
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