Meta, TikTok e Kwai são processados no Brasil por não protegerem a saúde mental de crianças e adolescentes

Em uma ação inédita no Brasil, as gigantes das redes sociais Meta, TikTok e Kwai enfrentam um processo judicial que pode resultar em multas bilionárias. O motivo? A alegada falta de proteção à saúde mental de crianças e adolescentes em suas plataformas.

O Instituto de Defesa Coletiva, organização que move a ação, argumenta que essas redes sociais promovem dependência e impactos negativos na saúde mental dos jovens usuários. Com potenciais consequências financeiras e operacionais significativas, este caso coloca em xeque as práticas das empresas de tecnologia e levanta questões sobre a responsabilidade digital na era moderna.

Leia também
Brasil enfrenta quase 2 milhões de ataques de malware por dia, alerta Kaspersky
Nubank anuncia NuCel, novo serviço de telefonia móvel

Detalhes do processo

665211?w=646&h=284

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais é palco de uma ação civil pública movida pelo Instituto de Defesa Coletiva contra Meta, TikTok e Kwai. A acusação central é de que essas plataformas não estão fazendo o suficiente para proteger a saúde mental de seus usuários mais jovens.

As empresas enfrentam a possibilidade de multas individuais de R$ 1,5 bilhão por danos morais coletivos. Este valor astronômico reflete a gravidade das alegações e o potencial impacto negativo que as redes sociais podem ter na vida de crianças e adolescentes.

O cerne da questão está nos algoritmos utilizados por essas plataformas. Segundo o Instituto, esses sistemas são projetados para promover o uso ininterrupto, oferecendo recompensas instantâneas como curtidas e atualizações constantes do feed. Esta dinâmica, argumentam, pode levar à dependência e a problemas de saúde mental.

O Instituto de Defesa Coletiva não se limita a apontar problemas; também propõe soluções concretas para proteger os jovens usuários. Entre as medidas sugeridas, destacam-se:

  1. Proibição temporária de acesso para menores de idade até que mecanismos de proteção sejam implementados.
  2. Alteração dos algoritmos e do tratamento de dados de usuários menores de 18 anos.
  3. Implementação da funcionalidade “Family Pairing” no TikTok e Kwai, permitindo maior controle parental.
  4. Emissão de alertas claros sobre os riscos à saúde mental associados ao uso excessivo das plataformas.

Estas propostas visam criar um ambiente online mais seguro e saudável para crianças e adolescentes, alinhando-se com práticas já adotadas em países desenvolvidos.

Respostas das empresas

654397?w=660&h=371

Diante das acusações, as empresas envolvidas já começaram a se posicionar. A Meta, proprietária do Facebook e Instagram, destacou o lançamento da “conta adolescente” no Instagram como uma ferramenta de proteção. Esta novidade, que deve chegar em breve ao Brasil, promete limitar o conteúdo visível para usuários mais jovens.

O TikTok, por sua vez, afirmou não ter recebido notificação judicial sobre o processo. Já o Kwai limitou-se a reforçar que a segurança do usuário, especialmente de menores, é uma de suas prioridades.

Este processo judicial é mais uma etapa na discussão sobre a responsabilidade das redes sociais em relação à saúde mental de seus usuários mais jovens. O resultado pode estabelecer precedentes importantes, não apenas no Brasil, mas potencialmente influenciando políticas globais de proteção a crianças e adolescentes no ambiente digital.

Postado por
Cearense. 37 anos. Apaixonado por tecnologia desde que usou um computador pela primeira vez, em um hoje jurássico Windows 95. Além de tech, também curto filmes, séries e jogos.
Siga em:
Compartilhe
Deixe seu comentário
Img de rastreio
Localize algo no site!