A MediaTek abriu 2025 com um desempenho de mercado difícil de ignorar. No primeiro trimestre do ano, a fabricante taiwanesa dominou 36% das vendas globais de chipsets para smartphones — o maior índice entre todos os players, segundo novo relatório da Counterpoint Research.
Enquanto Qualcomm e Apple seguram suas posições em faixas premium, a MediaTek venceu pelo volume, especialmente com soluções acessíveis e intermediárias voltadas para mercados emergentes como Índia, América Latina e Sudeste Asiático.
Marca | Q3 2023 | Q4 2023 | Q1 2024 | Q2 2024 | Q3 2024 | Q4 2024 | Q1 2025 |
---|---|---|---|---|---|---|---|
MediaTek | 38% | 37% | 41% | 34% | 37% | 30% | 36% |
Qualcomm | 26% | 21% | 27% | 30% | 25% | 25% | 28% |
Apple | 17% | 20% | 16% | 13% | 15% | 21% | 17% |
UNISOC | 12% | 13% | 9% | 15% | 13% | 14% | 10% |
Samsung (Exynos) | 5% | 4% | 5% | 4% | 5% | 4% | 5% |
HiSilicon (Huawei) | 1% | 3% | 2% | 3% | 4% | 4% | 4% |
Outros | 1% | 1% | 1% | 1% | 1% | 1% | 1% |
Fonte: Counterpoint Research
Dimensity 8400 puxa crescimento no segmento intermediário-premium
O motor por trás dessa liderança? O Dimensity 8400, processador que vem ganhando terreno no segmento intermediário com performance sólida e custo competitivo.
O chip encontrou espaço em aparelhos com excelente relação custo-benefício, tornando-se presença comum em smartphones vendidos por marcas como Xiaomi, Infinix, Tecno e Motorola.
Esse avanço ajudou a compensar a presença ainda modesta da empresa entre flagships, onde a Qualcomm continua dominando.
Qualcomm mantém força entre os premium, mas vê concorrência crescer
Com 28% do mercado, a Qualcomm ainda ocupa a vice-liderança global e se mantém confortável entre os celulares topo de linha — especialmente graças ao Snapdragon 8 Gen 4 Elite, que equipa modelos como o Galaxy S25 Ultra e o OnePlus 13 Pro.
Mas a estabilidade da empresa esconde um sinal de alerta: o crescimento de concorrentes em categorias antes negligenciadas pode pressionar margens e forçar uma reação mais agressiva ainda em 2025.
Apple segue estável, mas desaceleração sazonal afeta impulso
A Apple aparece logo atrás, com 17% de participação no mercado de chipsets. A marca de Cupertino cresceu em relação ao ano passado, impulsionada pelo iPhone 16e com o chip A18.
Mesmo assim, o avanço foi moderado. A desaceleração nas vendas globais de smartphones no começo do ano limitou uma performance mais expressiva, algo comum no ciclo pós-fim de ano fiscal da empresa.
Unisoc e Samsung disputam a base do mercado
Na quarta colocação aparece a Unisoc, com 10% do mercado. A fabricante chinesa enfrentou retração nas remessas após queda na demanda por chips 4G, que ainda eram base de seu portfólio.
Já a Samsung, com 5%, mostra leve reação graças aos novos Exynos — em especial os modelos 1580 e 1330 usados nos Galaxy A56 e A16 5G, respectivamente. A divisão ainda busca recuperar imagem após anos de críticas, mas os números sugerem um começo de virada.
HiSilicon sobrevive com apoio do mercado chinês
Outro nome que chamou atenção no ranking foi a HiSilicon, braço de chips da Huawei, que garantiu 4% de participação e a sexta colocação.
Mesmo com queda frente ao trimestre anterior, a marca conseguiu manter fôlego interno com os celulares Mate 70 e Nova 13 — resultado direto do ecossistema fechado que a Huawei vem reforçando na China para driblar sanções internacionais.
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