Toda a confusão entre a Apple e os Procons de diversas cidades do Brasil ainda continua dando o que falar. A empresa está sendo multada pelos órgãos de defesa do consumidor por vender seus iPhones sem o adaptador de energia, item essencial para o uso do aparelho.
Essa polêmica começou em 2020, quando a empresa passou a vender seus iPhones sem esse acessório alegando ser uma medida para reduzir a emissão de carbono na fabricação, mas essa explicação não tem convencido muito os consumidores, já que a maioria acaba comprando o item por fora de qualquer forma.
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O mais novo capítulo dessa saga aconteceu na semana passa em Florianópolis, onde o Procon da cidade multou a Apple em R$ 8 milhões. A venda separada de um item que é essencial para o uso do iPhone configura duas violações do Código de Defesa do Consumidor.
O Procon já tinha notificado a empresa da maçã durante o ano de 2022 para que ela prestasse esclarecimentos a respeito da prática e também exigiu que os iPhones vendidos por lá já viesse com os carregadores. Porém, a Apple se negou a fazer a venda com os adaptadores já que, segundo a empresa, essa prática não é abusiva. Daí veio a multa.
Alexandre Farias Luz, diretor do Procon de Florianópolis, falou um pouco sobre a medida adotada pela empresa, criticando-a.
“Atualmente, as maiores empresas do setor de telefones celulares no Brasil comercializam fracionado seus produtos, obrigando os consumidores a adquirir, de forma separada, um item indispensável ao regular funcionamento do mesmo diante do uso e costume dos consumidores, sob o pretexto da sustentabilidade, sem demonstrar provas de tal redução de lixo eletrônico. A estimativa de incremento de receita da empresa pela “economia” em não disponibilizar é de mais de US$6 bilhões, de forma global.”
Fábio Botelho, secretário municipal de Governo, também falou sobre a prática e reiterou que:
“A Secretaria Municipal do Governo sempre estará atenta para inibir práticas abusivas que possam lesar os consumidores de Florianópolis. O cidadão pode contar que a prefeitura irá sempre lutar para preservar os direitos dos cidadãos da Capital”
Essa iniciativa abrange todos os países que vendem iPhones e, segundo a empresa, é uma forma de reduzir o lixo eletrônico já que muitas pessoas que compram o iPhone já tinham um modelo anterior e, por isso, já contavam com o adaptador de tomada, não precisando ser produzido em larga escala.
Mas na prática não é bem assim. Essa medida não leva em consideração as pessoas que estão comprando um iPhone pela primeira vez e, principalmente, para as pessoas que vendem o modelo anterior para poder comprar o mais novo, uma prática que é muito comum aqui no Brasil. Além disso, há uma opção muito limitada de carregadores não oficiais e não licenciados que carregam os aparelhos da Apple, obrigando o consumidor a ter que gastar ainda mais ao comprar o acessório separado. E não é nada barato.
Fonte: mcmagazine