Lucro bilionário do Google não ofusca preocupações com ChatGPT e desaceleração de anúncios

Lucro bilionário do Google não ofusca preocupações com ChatGPT e desaceleração de anúncios

O Google registrou um lucro líquido de US$ 15 bilhões no primeiro trimestre de 2023. Isso representa um aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a receita foi de US$ 68 bilhões.

No entanto, apesar do crescimento, a Alphabet, empresa-mãe do Google, enfrenta desafios no mercado de publicidade e a crescente concorrência com o ChatGPT.

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Principal fonte de receita do Google passa por um período turbulento

Google Ads

O setor de publicidade online é a principal fonte de receita da Alphabet. Porém, a ameaça de uma recessão econômica tem levado as empresas a reduzirem seus investimentos em anúncios.

Além disso, o Google enfrenta a concorrência de plataformas como Facebook, Instagram e, principalmente, TikTok. Esses fatores contribuíram para a queda de 2,6% na receita de anúncios do YouTube, que somou US$ 6,7 bilhões.

Em resposta à desaceleração do mercado de publicidade, o Google tomou medidas drásticas. Dentre elas está a demissão de 12 mil funcionários em janeiro de 2023, o que representa 6% de sua força de trabalho. A empresa destacou em seu relatório que, apesar das demissões, a base de funcionários cresceu 16% em comparação com o ano anterior.

Ruth Porat, diretora financeira da Alphabet, afirmou que as perspectivas para os próximos meses são incertas devido ao cenário econômico desafiador. Portanto, não há expectativa de melhoria no desempenho da publicidade online no curto prazo.

Serviços de cloud computing tiveram lucro pela primeira vez

Google Cloud Covered

Além disso, há marcos importantes que valem a pena ser mencionados. A divisão Google Cloud registrou lucro pela primeira vez, com US$ 191 milhões no primeiro trimestre do ano. A título de comparação, no mesmo período do ano anterior esse setor apresentou um prejuízo de US$ 706 milhões. No entanto, essa cifra representa apenas uma pequena fração do lucro líquido de US$ 15 bilhões da Alphabet.

A receita total da Alphabet no primeiro trimestre foi de US$ 69,8 bilhões, dos quais US$ 54,5 bilhões vieram do mercado de publicidade online. Com a desaceleração desse setor, os investidores não devem ter grandes expectativas para os próximos trimestres.

Concorrência com ChatGPT também preocupa

Outra preocupação para a Alphabet é a crescente popularidade do ChatGPT, um chatbot baseado em inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI e apoiado pela Microsoft. Em resposta, o Google anunciou seu próprio chatbot de IA chamado Bard, em fevereiro desse ano.

ChatGPT

Porém, essa investida pareceu muito mais uma tentativa desesperada do Google de dizer que também está na corrida pela inteligência artificial. O Bard ainda não está nem perto do nível de seus concorrentes, como ChatGPT e Bing Chat. Tanto é que o CEO da Alphabet disse que as pessoas precisam se preparar para os erros do Bard. E mais recente ainda, o portal de notícias Bloomberg teve acesso a documentos confidenciais que mostram que os funcionários do Google não estão nada satisfeitos com o Bard.

E para piorar ainda mais a situação, o New York Times relata que a Samsung está considerando mudar seu mecanismo de busca padrão de smartphones para o Bing, em detrimento do Google. Essa notícia fez com que as ações da Gigante das Buscas caíssem mais de 3,5%.

Os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2023 mostram que, embora a Alphabet esteja obtendo lucros bilionários, a situação não é tão confortável assim. A desaceleração no mercado de publicidade e a ameaça representada pelo ChatGPT são preocupações significativas para a empresa.

Para lidar com esses desafios, é provável que a Alphabet continue diversificando suas atividades e investindo em inovação, principalmente no campo da inteligência artificial. A aceleração no desenvolvimento de recursos de IA, como mencionado por Sundar Pichai, pode ser vista como uma estratégia para enfrentar a crescente concorrência no mercado de chatbots e manter a liderança no setor de buscas.

Fontes: Google (PDF) via CNBC

Sobre o Autor

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Cearense. 34 anos. Apaixonado por tecnologia e cultura. Trabalho como redator tech desde 2011. Já passei pelos maiores sites do país, como TechTudo e TudoCelular. E hoje cubro este fantástico mundo da tecnologia aqui para o HARDWARE.
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