Os smartphones chegaram para revolucionar o mercado de celulares há alguns anos, e por isso a procura pelos modelos conhecidos como “feature phone” caiu bastante nos últimos anos. Porém, um fenômeno nos Estados Unidos está sendo responsável por trazer de volta aos holofotes aqueles modelos antigos conhecidos como “tijolão”, principalmente da Nokia.
Acontece que alguns jovens estão decidindo realizar um “detox digital” e se manter afastados das redes sociais por um tempo, cansados de tanto tempo de tela. E para isso, estão optando por comprar modelos do que eles chamam de “dumb phone” ou em tradução, algo como “celular idiota” ou “burro”.
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Cansaço de telas e detox digital são motivos para escolher os “celulares burros”
O nome é para mostrar que os modelos não são do tipo smartphones (celulares inteligente), e que o excesso de tela pode estar começando a incomodar algumas pessoas por lá. Com isso, algumas empresas como a HMD Global, que é a fabricante da Nokia, acabam vendendo milhões de aparelhos nesse estilo.
Eles foram uma febre no começo dos anos 2000 e são modelos do estilo flip ou slide tradicionais, que além de fazer e receber ligações ainda contam com outros recursos como GPS, joguinhos, mensagens e ponto de acesso.
De acordo com Jose Briones, um influenciador e moderador do subreddit, muitos jovens da Geração Z estão começando a se cansar de telas, e no intuito de melhorar a saúde mental estão começando a fazer cortes nesse tempo de tela. Uma das formas de fazer isso e se manter conectado com outras pessoas é usando os tais “celulares idiotas”.
Nos Estados Unidos, as vendas dos celulares antigos com flip aumentaram bastante no ano passado para a HMD Global, e a empresa conseguiu vender dezenas de milhares a cada mês. Já em termos globais, as vendas dos features phones tiveram uma queda, de acordo com a empresa.
Ainda assim, a maioria das vendas (cerca de 80%) desses tipos de celulares no ano passado ainda foram de países do Oriente Médio, da África e da Índia, segundo as pesquisas do Counterpoint Reserach.
Porém, a mudança nos Estados Unidos ainda é bastante significativa, já que esse aumento de vendas é substancial por lá e pode aumentar nos últimos anos, segundo o analista de tecnologia Patrick Moorhead.
“Na América do Norte, o mercado de telefones burros está praticamente estagnado. Mas eu posso ver um aumento de até 5% nos próximos cinco anos, se nada mais, com base nas preocupações de saúde pública que estão por aí.”
E a HMD Global não é a única que oferece soluções para quem quer fazer o detox digital por lá. Outras empresas como Punkt e Light também oferecem opções de dispositivos para os usuários que querem diminuir seu tempo de tela e depender menos de redes sociais, ou até mesmo para aqueles que querem se desligar indefinitivamente. E muitos influenciadores estão divulgando esses aparelhos.
Joe Hollier, cofundador da Light, explicou um pouco dessa iniciativa da startup:
“O que estamos tentando fazer com o telefone Light não é criar um telefone estúpido, mas criar um telefone mais intencional – um telefone premium e mínimo – que não seja inerentemente antitecnologia. Mas trata-se de escolher conscientemente como e quando usar quais aspectos da tecnologia agregam à minha qualidade de vida.”
No caso desses dispositivos como da Light, não são aparelhos antigos e sim opções mais modernas para quem quer ficar longe de internet. Eles são pequenos, finos e contam com uma tela onde é possível digitar mensagens e textos sem depender de botões físicos. A tela não é colorida, lembrando a do Kindle, e eles não contam com recursos como mídias sociais, email, notícias, navegador de internet, anúncios e câmera.
Fonte: CNBC
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