Segundo Shawn Layden, ex-diretor da divisão PlayStation, o mercado de games só teria a ganhar se eliminássemos de vez a guerra de consoles.
Durante sua participação no painel IGN Live 2024, Layden diz que as principais plataformas de jogos, como o PlayStation, Xbox e os PCs de alta performance, atingiram um patamar de igualde em termos técnicos e de desempenho. Portanto, em sua avaliação, a guerra de plataformas virou algo inútil.
Com excessão de algumas questões, como na diferença do resultado em Ray Tracing, Layden entende que as plataformas estão quase num mesmo patamar técnico.
Hora de dar um basta na guerra de plataformas
O ex-executivo da PlayStation acredita que os jogos seriam melhores se a guerra de plataformas acabasse de maneira definitiva, e que tivéssemos apenas um console padrão. Layden também reforçou um posicionamento defendido por outros executivos da indústria, a dificuldade de ir além de um patamar de vendas já estabelecido no mercado de consoles:
“Se você olhar para a história dos consoles, a base global instalada em qualquer uma dessas gerações nunca passou de 250 milhões. Houve aquele momento em que o Wii foi lançado e, graças ao Wii Fit, 20 milhões de unidades extras foram vendidas porque todos achavam que poderiam perder peso. Mas isso não era sustentável e desmoronou e ainda estamos naquela base geral instalada de 250 milhões de consoles ativos.
Em março, Layden já tinha se posicionado contra a outra característica que está atrelada a história dos consoles, os games exclusivos. Em sua visão, títulos com essa característica se tornaram um problema para a indústria de games atual.
Multiplataforma abre o funil
“O negócio é tudo uma questão de conversão. Você tem que melhorar suas chances abrindo o funil. Helldivers 2 mostrou isso para a PlayStation, saindo para o PC ao mesmo tempo. Novamente, você amplia o funil. Você atrai mais pessoas”, diz o executivo
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Quando aconteceu a primeira guerra de consoles?
Layden defende uma abordagem mais unificada para o futuro dos videogames, em que a concorrência entre as plataformas seria substituída por uma colaboração mais harmoniosa. Caso esse panorama acontecesse, ele entende que seria mais rápido conduzir avanços tecnológicos e uma comunidade ainda mais integrada.
Comparado ao passado, a visão de Layden está bem mais condizente com a realidade de momento do mercado, em que a ideia de exclusivos vem perdendo força, e a própria maneira como as empresas se “alfinetam” também perdeu amplitude. A colaboração, não necessariamente por um ideal, mas por uma necessidade de seguir encontrando maneiras de tornar esse mercado viável financeiramente, é cada vez mais importante.
“Durante a pandemia, a receita aumentou em 20% ou 25%, mas ainda estávamos recebendo mais dinheiro das mesmas pessoas. Não estava necessariamente trazendo novas pessoas para o mundo dos jogos de console. Essa é a ameaça existencial aos jogos agora”, acrescentou Layden.
Algumas análises pontuam que o mercado de games em 2024 pode apresentar crescimento, mas inexpressivo. Seguindo o que já foi registrado entre 2022 e 2023, com um aumento de apenas 0,6%.
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