A Apple encerrará seus ganhos da Big Tech nesta quinta-feira (03) e, de acordo com analistas, anunciará uma queda de 1,6% na receita trimestral total, com diminuição da venda de produtos como iPhone, Mac e iPad. Essa porcentagem de queda é a maior já sofrida pela empresa desde 2016.
A empresa, que hoje é a mais valiosa do mundo, sofre uma diminuição significativa no número de vendas de produtos entre os meses de abril a junho desse ano. Analistas apontam prováveis motivos para isso, como por exemplo a economia lenta, que faz com que muitos compradores prefiram esperar um novo modelo.
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Queda na venda de iPhone
A Visible Alpha consultou 24 analistas, que analisaram a situação e revelaram que só em vendas de iPhone, houve uma queda de mais de 2%. No mesmo período do ano passado houve um aumento de 3% das vendas dos aparelhos, e no trimestre anterior, de janeiro a março, houve um aumento de 15%.
“A Apple não está imune às tendências macroeconômicas gerais e continuará a definir o ritmo (para a indústria de smartphones) por algum tempo”, revelou Bob O’Donnell, fundador da TECHnalysis Research.
Compradores também esperam por um novo iPhone, principalmente com mais novidades. Dessa vez, os destaques podem ser a chegada do iPhone 15 com porta USB-C, que é mais aceita universalmente para dispositivos do segmento, construção em titânio para mais durabilidade e até mesmo um aumento na autonomia da bateria.
Ainda assim, mesmo antes do anúncio do novo iPhone, analistas preveem um pequeno aumento na venda de iPhones para o próximo trimestre, ou seja, de julho a setembro.
Analistas esperam mais foco em IA
Embora a Apple não tenha tradição de revelar as perspectivas trimestrais, eles esperam que a empresa mostre mais detalhes sobre como estará usando novas tecnologias de Inteligência Artificial para melhorar seus produtos.
A Apple vem se segurando e tentando não mergulhar tanto no hype da IA como outras empresas, e até mesmo vem evitando usar esses termos “da moda” em seus eventos. Diferente de outras empresas como a Alphabet e a Microsoft.
De acordo com analistas da Well Fargo em uma nota de pesquisa, eles esperam que a Apple forneça comentários atualizados sobre as aspirações em IA, e que ela seja um foco daqui pra frente. No mês passado a Bloomberg News revelou que a empresa construiu sua própria estrutura para criar grandes modelos de linguagem de forma discreta, o Ajax.
Analistas reforçam que comentários sobre esse tipo de tecnologia poderão alavancar as ações da Apple, que já ganharam mais de 50% até o momento.
Parte da queda de vendas do iPhone vem das Américas
Em uma análise mais elaborada sobre a queda de vendas da Apple, mais precisamente do iPhone, analistas revelam que grande parte dela vem das Américas, que soma uma queda de 6% da receita.
Já na China, que atualmente é o terceiro maior mercado da Apple, essas vendas deverão se manter estáveis, já que o país passa por uma recuperação econômica desigual. Por lá, a Apple ainda se sai melhor do que os concorrentes Android.
A Internacional Data Corp, empresa de pesquisa de mercado, revela que as remessas gerais de smartphones para a China caíram 2,1% no trimestre estudado. Porém, analistas do banco de investimentos Piper Sandler revelam que isso não afetou tanto a Apple.
“A maioria dos investidores sente que uma China fraca pode representar um risco para os números e outros comentários, mas a posição da Apple na China está em uma base sólida e a empresa provavelmente verá apenas um pequeno, se houver, declínio nas vendas do iPhone. Se houver alguma fraqueza nas vendas da China, é provável que seja facilmente compensada pelo forte impulso das vendas na Índia”
Já em relação aos outros produtos, houve uma queda de 10,6% nas vendas do Mac e de 11,2% nas vendas de iPad, de acordo com a Refinitiv. Porém, como vem acontecendo com muitas empresa do ramo, o negócio de serviços ainda se mantém como uma luz no fim do túnel.
No caso da Apple isso inclui a App Store e os serviços de streaming e áudio, que tiveram um aumento no mercado de anúncios e que atualmente corresponde a cerca de um quarto da receita total da empresa. Eles tiveram um crescimento de 5,7% nesse período, já que houve ainda o aumento do preço das assinaturas do iCloud. Dessa forma ele mantém o mesmo ritmo dos três trimestres anteriores, sem ter aumento de vendas, mas melhor do que ter uma queda.
Fonte: reuters
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