A Força Aérea dos Estados Unidos alcançou um marco histórico ao conseguir que uma inteligência artificial (IA) pilotasse, pela primeira vez, um drone de combate experimental. O drone em questão foi o XQ-58A Valkyrie.
Quando falamos em drone, prontamente pensamos em pequenos dispositivos com hélices e aparentemente inofensivos. Mas não é o caso aqui. O drone Valkyrie mais se parece com um caça de combate. Ele possui uma envergadura de 6,7 metros e atinge uma velocidade máxima de 1.050 km/h. Além disso, o drone é capaz de transportar até oito armas, incluindo bombas de pequeno diâmetro.
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Treinando a IA para o combate
A missão, que durou três horas, foi realizada no Complexo de Teste e Treinamento de Eglin, na Flórida. O treinamento faz parte do programa Skyborg Vanguard, focado no desenvolvimento de IA para voos militares seguros.
A inteligência artificial foi treinada em um simulador e aprimorou suas habilidades de pilotagem durante milhões de horas de simulações de alta fidelidade. A tecnologia foi desenvolvida em conjunto pela Kratos Unmanned Aerial Systems e o Laboratório de Pesquisa da Força Aérea dos EUA (AFRL).
O objetivo é criar um drone de combate autônomo a jato que possa operar de forma independente, em conjunto com outros drones e como parte de uma equipe humano-máquina.
Inteligência artificial terá um papel crucial nas guerras do futuro
O coronel Tucker Hamilton, chefe de testes e operações de IA da Força Aérea dos EUA, destacou que a missão pôs à prova uma estrutura de segurança de várias camadas em uma aeronave não tripulada controlada por IA. Ele também afirmou que a tecnologia resolveu um “problema de desafio” taticamente relevante durante as operações aéreas.
O Pentágono vê na IA uma forma de reduzir riscos e custos associados à manutenção de pilotos humanos em aeronaves. Afinal de contas, ter um piloto de caça pronto para combate custa milhões de dólares. Estamos falando aqui de inúmeras horas de treinos, testes e simulações. E, no caso do piloto ser abatido, todo o conhecimento acumulado por ele é igualmente perdido.
O General de Brigada Scott Cain, comandante do AFRL, ressaltou que a IA será um elemento crítico para futuros combates de guerra e que a velocidade de tomada de decisões será crucial.
Ele também enfatizou a necessidade de esforços coordenados entre governo, academia e parceiros da indústria para acompanhar o ritmo acelerado da evolução da IA e das operações autônomas.
A expectativa é que a IA continue a evoluir e a desempenhar um papel cada vez mais importante nas operações militares. A missão bem-sucedida do Valkyrie abre caminho para o desenvolvimento de agentes de IA que executarão manobras modernas de combate aéreo-aéreo e aéreo-superfície, transferíveis imediatamente para outros programas de autonomia. É bem provável que em algumas décadas as guerras sejam travadas quase que inteiramente por máquinas.
Fontes: Air Force via New Atlas
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