O governo taiwanês proibiu a TSMC, maior fabricante de semicondutores do mundo, de produzir seus chips de 2 nanômetros fora de Taiwan.
A medida visa proteger a tecnologia de ponta da empresa, considerada estratégica para a manutenção da liderança taiwanesa no setor de semicondutores. Segundo J.W. Kuo, ministro de Assuntos Econômicos de Taiwan, a TSMC pode continuar a expandir suas operações internacionais, mas não poderá transferir suas tecnologias mais avançadas para instalações fora do país.
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A decisão foi anunciada após um endurecimento no discurso do governo em relação à expansão internacional da TSMC. A companhia já havia começado a construir fábricas nos Estados Unidos, Alemanha e Japão, incentivada por subsídios generosos oferecidos por esses países. No entanto, as fábricas internacionais da TSMC deverão se limitar a tecnologias menos avançadas, enquanto os chips de 2 nm, atualmente a litografia mais moderna da empresa, serão produzidos exclusivamente em Taiwan.
Wu Cheng-wen, ministro de Ciência e Tecnologia de Taiwan, expressou apoio às iniciativas de expansão da TSMC, mas reforçou a importância de proteger as tecnologias mais sensíveis dentro do território taiwanês. A estratégia visa garantir que o conhecimento crítico e as capacidades tecnológicas da TSMC permaneçam sob controle local, evitando riscos de transferência tecnológica que poderiam comprometer a posição estratégica de Taiwan no mercado global.
Os chips de 2 nm, que utilizam a tecnologia de litografia ultravioleta extrema (EUV) da ASML, são vistos como uma peça-chave para o futuro do setor. Taiwan teme que a transferência dessas tecnologias possa diminuir sua vantagem competitiva em um cenário global cada vez mais tenso, especialmente em meio às preocupações geopolíticas envolvendo China e Estados Unidos. De acordo com Kuo, “a TSMC poderá fabricar chips de 2 nm no exterior apenas quando houver uma litografia ainda mais avançada disponível, como a A14 de 1,4 nm, prevista para 2028“.
Com a proibição, o governo taiwanês busca manter a vantagem tecnológica e impedir que as capacidades mais críticas da TSMC sejam desenvolvidas fora do país. A medida também reforça a importância estratégica de Taiwan na cadeia global de semicondutores, garantindo que a ilha continue sendo um ponto central no fornecimento de tecnologia avançada, essencial para diversas indústrias, desde dispositivos móveis até aplicações em inteligência artificial.
Fonte: Xataka
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