Com o avanço do uso da inteligência artificial (IA) nos dispositivos, o Google parece empolgado para o que vem a seguir, principalmente para os dispositivos móveis. A empresa anunciou seus planos para incorporar seus modelos de inteligência artificial mais avançados em smartphones nos próximos anos.
Dessa forma, o Google espera que seu modelo Gemini Large Language Model (LLM), competidor direto do poderoso GPT-4 apoiado pela Microsoft e OpenAI, seja integrado a dispositivos móveis já a partir de 2025.
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Gemini Nano pode evoluir para smartphones
Atualmente, o Google já oferece o Gemini Nano, seu modelo mais eficiente para “on-device” AI, em dispositivos Pixel e em outros aparelhos Android compatíveis. Porém, Brian Rakowski, vice-presidente de gerenciamento de produtos da unidade Pixel, expressou a expectativa de que modelos avançados, atualmente acessíveis apenas via data centers remotos, cheguem diretamente aos smartphones no próximo ano.
Rakowski ressaltou avanços na compressão desses modelos, permitindo sua execução nos dispositivos móveis sem precisar necessariamente de uma conexão constante.
“Há versões menores do nosso modelo Gemini na nuvem”, afirmou Rakowski à CNBC. “Algumas já foram comprovadas e outras estão sendo exploradas para algumas aplicações. Seria ótimo ter todos os modelos no dispositivo. Ainda há aplicações maravilhosas.”
O Gemini Nano já apresenta desempenho equivalente aos modelos online da Google há menos de um ano, oferecendo possibilidades diversas com suas versões simplificadas para dispositivos.
“Se você apenas seguir essa trajetória, algumas coisas que pensávamos que teríamos que ir para a nuvem no próximo ano estarão no dispositivo, o que é bastante empolgante e instantâneo, sem exigir uma conexão ou assinatura.”
Os modelos de linguagem grandes (LLMs), como o Gemini Ultra, são capazes de compreender e gerar linguagem de maneira similar à humana, colocando a Google em competição direta com o GPT-4 da OpenAI.
Desafios e aspirações na indústria de smartphones
E talvez isso até ajude o mercado como um todo. Isso porque, enquanto o Google abre caminho para a integração da IA nos smartphones, a indústria vem enfrentando alguns desafios consideráveis. Fabricantes de smartphones sonham com um “superciclo” impulsionado pela IA, em uma chance para revitalizar o mercado que experimentou uma desaceleração nas vendas, chegando a 1,16 bilhão de unidades em 2023, o ponto mais baixo em uma década.
Analistas são cautelosos quanto à possibilidade imediata de um “boom” no mercado de smartphones, principalmente porque eles acreditam que nos últimos anos os novos aparelhos não estão oferecendo inovações significativos, ao menos não a ponto de incentivar os consumidores a trocar seus aparelhos com mais frequência.
Francisco Jeronimo, da IDC, compartilha essa visão, destacando que o último superciclo ocorreu entre 2010 e 2015, onde, segundo ele, “em cinco anos o mercado cresceu cinco vezes, de cerca de 300 milhões de smartphones por ano para 1,5 bilhão.”
Apesar das perspectivas um tanto cautelosas, fabricantes investem cada vez mais em IA na esperança de criar entusiasmo em torno da tecnologia móvel. Empresas como Humane, Rabbit e a chinesa Meizu exploram conceitos de smartphones mais compactos e controlados por voz, indicando uma possível evolução no design tradicional.
O Google, em sua busca para se destacar na IA, reformulou recentemente o Bard, sua alternativa ao ChatGPT, agora renomeado para Gemini. O CEO da Alphabet, Sundar Pichai, reforçou o compromisso da empresa com a IA durante a teleconferência de resultados em janeiro. Pichai aspira oferecer um agente de IA que execute tarefas em nome do usuário, inclusive na Pesquisa Google, ressaltando que há muito trabalho pela frente.
Empresas como Microsoft e Amazon também enfatizam a construção de agentes de IA como ferramentas de produtividade. Resta aguardar para ver se essa combinação entre IA mais poderosas e smartphones irá de fato redefinir a interação do usuário com a tecnologia a ponto de criar mais interesse no mercado de dispositivos móveis. Se sim, o Google sai com um passo a frente.
Fonte: cnbc
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