Passageiros que desembarcam no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, estão sendo alvo de uma quadrilha que se passa por motoristas de aplicativos para aplicar golpes. Segundo denúncia exibida pelo Fantástico no último domingo (22), os criminosos chegam a cobrar até 70 vezes o valor normal das corridas, com ameaças e retenção de bagagens para extorquir as vítimas. A Polícia Civil já está investigando o caso.
Cobranças abusivas e extorsões
Relatos mostram que os valores cobrados pelos falsos motoristas ultrapassam qualquer lógica. Uma das vítimas pagou R$ 543 para uma corrida de apenas 15 km até a Zona Leste de São Paulo, cujo custo usual seria de cerca de R$ 70. Em outro caso, um turista de Teresina (PI) foi coagido a pagar R$ 542 por uma viagem que normalmente não ultrapassaria R$ 100, sob a ameaça de ter suas malas retidas.
O golpe mais extremo denunciado envolveu a cobrança de R$ 4.999 por uma corrida que deveria custar R$ 70. A quadrilha também mira estrangeiros: um turista sérvio foi abordado por uma mulher do grupo e acabou pagando R$ 870. Segundo a reportagem, os criminosos contam com a colaboração de falsos seguranças para intimidar as vítimas e evitar denúncias.
Agressões e intimidação
As imagens exibidas pelo programa mostraram a quadrilha agredindo motoristas de aplicativos regularizados que tentaram denunciar o esquema. A violência e a organização do grupo têm dificultado a atuação de profissionais legalizados e alertam para a gravidade da situação.
Operação milionária monitorada desde 2021
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanha as atividades do grupo desde 2021. Um relatório de inteligência aponta que a frota irregular conta com mais de 100 veículos e que os criminosos também estão envolvidos em porte ilegal de armas e tráfico de entorpecentes. O esquema teria movimentado aproximadamente R$ 3 milhões.
Um dos integrantes da quadrilha morreu recentemente durante o atentado contra Antônio Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele havia sido flagrado coagindo passageiros no aeroporto antes de ser morto a tiros de fuzil no mês passado.
Quem é responsável pela fiscalização?
A concessionária Gru Airport, responsável pela operação do aeroporto, afirmou que não possui poder de polícia e que a fiscalização de motoristas cabe às autoridades locais e à prefeitura de Guarulhos. Em nota, a administração municipal informou que já apreendeu mais de 120 veículos irregulares em 2024.
O caso reforça a necessidade de medidas mais rigorosas de fiscalização para proteger passageiros de práticas abusivas e garantir um ambiente seguro no maior aeroporto do país. Enquanto isso, especialistas recomendam que viajantes utilizem apenas os canais oficiais de aplicativos e fiquem atentos a abordagens suspeitas.
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