Tem um pessoal com certa influência no GNOME que anda propondo algumas mudanças radicais. Não uma nova interface, mas uma mudança por trás das telas: a simples dependência do systemd.
Lennart Poettering, criador do systemd, um substituto do init para Linux, propõe que ele seja uma dependência externa do GNOME-Shell na versão 3.2. O systemd é exclusivo para Linux, já que é bastante técnico e foi feito para o sistema. Se por acaso o GNOME implantar recursos essenciais com base nele, isso seria o fim do suporte multiplataforma, abandonando outros sistemas como ambientes com kernel BSD, HURD, Solaris e o que mais vier.
Claro que a idéia não agrada a todos. Isso iria dificultar a vida dos usuários desses sistemas de nicho que usam o GNOME.
Já o William Jon McCann, engenheiro da Red Hat, vê a possível mudança como algo positivo. O futuro do GNOME, para ele, é um sistema operacional baseado em Linux. É difícil fazer o GNOME evoluir de forma eficiente, deixando de aproveitar o systemd no caso (e outras bibliotecas mais), se o ambiente ficar preso a uma camada de compatibilidade com ‘n’ kernels diferentes (muitos dizem que isso seria possível sim). Ele ainda destaca que o GNOME é software livre, qualquer um pode portar o GNOME para qualquer plataforma, mas para a equipe de desenvolvimento principal isso é ruim.
Tem gente querendo tornar o GNOME um “sistema operacional” com o kernel GNU/Linux, basicamente.
A discussão deve se estender por um bom tempo. Até agora não há nada definido, muito menos oficial. Só comentários de desenvolvedores envolvidos, de alguma forma, com o projeto GNOME. Em nenhum momento os “chefes” do GNOME assumiram que as próximas versões serão exclusivas para Linux, como tem gente entendendo por aí.
Toda a discussão pode ser acompanhada na lista de desnvolvedores do GNOME. Enquanto ela não siginifica muita coisa, pode ser o começo de uma mudança, afinal tudo em projetos colaborativos começa com conversas.