Mais uma vez a OpenAI está sendo processada nos Estados Unidos por causa dos materiais usados para o treinamento do ChatGPT. E dessa vez diversos escritores estão entre os acusadores, incluindo George R. R. Martin.
Martin é conhecido principalmente por ter sido o escritor e criador dos livros da saga Crônicas de Gelo e Fogo, que inspirou grandes seriados como Game of Thrones e House of the Dragon, da HBO.
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Escritores se unem para processar OpenAI
Ele se uniu a diversos outros autores em uma batalha legal contra a empresa de inteligência artificial generativa OpenAI. Se trata de uma ação coletiva feita pela associação de escritores profissionais chamada Authors Guild e mais 17 autores de fora, incluindo o próprio George R. R. Martin, John Grisham, Jonathan Franzen e Jodi Picoult.
O motivo da ação seria o uso não autorizado de seus livros para treinar modelos de IA, alegando que isso prejudica diretamente suas fontes de renda.
O processo acusa a OpenAI de copiar integralmente as obras dos autores sem permissão ou compensação adequada. A ação judicial alega que a OpenAI utilizou esses materiais protegidos por direitos autorais para alimentar seus grandes modelos de linguagem, ameaçando assim os meios de subsistência dos escritores de ficção.
Segundo a queixa da ação, o que acontece é que esses grandes modelos de linguagem da OpenAI permitiram que qualquer pessoa possa gerar um texto que normalmente exigiria o trabalho de escritores para serem criados, e isso de forma gratuita ou a um custo bem baixo. Isso representaria uma ameaça direta para os autores e pessoas que vivem de escrever textos, além de não receberem nada por suas obras terem sido usadas como base para treinamento desses modelos.
Além disso, os autores argumentam que os grandes modelos de linguagem da OpenAI podem resultar na criação de trabalhos derivados que se baseiam, imitam, resumem ou parafraseiam seus livros, o que poderia prejudicar ainda mais o mercado literário.
A queixa apresentada também destaca que a OpenAI deveria ter optado por treinar seus modelos de IA com obras em domínio público, ao invés de recorrer a materiais protegidos por direitos autorais sem o devido pagamento de taxas de licenciamento. Esta escolha levanta questões sobre a ética do uso de obras protegidas por direitos autorais para desenvolver tecnologias de IA sem compensar adequadamente os criadores originais.
Comunidade literária vs ChatGPT
Essa não é a primeira vez que algo do tipo acontece. Esse caso, na verdade, é apenas o mais recente de uma série de processos movidos por autores populares contra a OpenAI.
Autores notáveis, como George R.R. Martin e John Grisham, cujas obras tiveram grande sucesso na literatura e no cinema, alegam infração de direitos autorais.
Michael Chabon, autor de “Amazing Adventures of Kavalier and Clay”, liderou outra ação em setembro anterior, seguido por processos movidos por Sarah Silverman, Christopher Golden, Richard Kadrey, Paul Tremblay e Mona Awad.
Este caso destaca o crescente desafio enfrentado pelas empresas de inteligência artificial generativa no que diz respeito aos direitos autorais. Além da OpenAI, outras plataformas de IA também enfrentam processos relacionados à criação de conteúdo derivado sem a devida autorização dos criadores originais.
A Microsoft, parceira da OpenAI, anunciou recentemente sua disposição de enfrentar processos legais em nome dos usuários comerciais de seu serviço de IA, Copilot, caso estes sejam processados por infração de direitos autorais. O desfecho deste caso pode ter implicações significativas para o futuro da IA generativa e sua relação com os direitos autorais.
Fonte: The Verge
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