WhatsApp sob ataque: EUA e Irã se unem em críticas ao mensageiro da Meta

Autoridades dos EUA e Irã concordam: WhatsApp pode ser perigoso para sua privacidade.

Em uma rara convergência de opiniões, autoridades do Irã e dos Estados Unidos parecem ter encontrado um ponto em comum: ambos consideram o WhatsApp um risco à segurança digital. O aplicativo de mensagens da Meta, usado por mais de 3 bilhões de pessoas mensalmente, enfrenta críticas severas dos dois países por supostas vulnerabilidades em seu sistema de proteção de dados.

O caso ganhou notoriedade na última semana quando a televisão estatal iraniana emitiu um alerta nacional pedindo que cidadãos removessem o aplicativo de seus dispositivos. As autoridades iranianas alegaram, sem apresentar evidências concretas, que informações do app poderiam ser compartilhadas com Israel.

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Do outro lado do globo, o gabinete administrativo da Câmara dos Representantes dos EUA emitiu orientações que proíbem o uso do WhatsApp em telefones governamentais. Segundo relatado pelo Axios, um e-mail circulou entre funcionários da Câmara afirmando: “Funcionários da Câmara NÃO têm permissão para baixar ou manter o aplicativo WhatsApp em qualquer dispositivo da Câmara, incluindo versões móveis, desktop ou navegador de seus produtos“.

A justificativa americana é tão preocupante quanto a iraniana. O Escritório de Cibersegurança dos EUA classificou o WhatsApp como “de alto risco para os usuários devido à falta de transparência na forma como protege os dados, ausência de criptografia de dados armazenados e riscos potenciais envolvidos em seu uso“.

Vale destacar que as restrições impostas pela Câmara dos EUA não são inéditas. No passado, o mesmo órgão já havia limitado o uso de outras aplicações populares, como o DeepSeek (ferramenta de IA chinesa) e produtos da ByteDance, proprietária do TikTok. Curiosamente, o Senado americano não adotou medidas semelhantes em relação ao WhatsApp.

A Meta, empresa controladora do aplicativo, reagiu com veemência às acusações. Em comunicado, um porta-voz da companhia manifestou preocupação de que “esses relatórios falsos sejam uma desculpa para que nossos serviços sejam bloqueados em um momento em que as pessoas mais precisam deles”. A empresa também negou categoricamente rastrear localizações precisas, manter registros de mensagens ou compartilhar informações em massa com governos.

Andy Stone, responsável pela comunicação da Meta, foi além e declarou que a empresa discorda “da caracterização feita pelo Diretor Administrativo da Câmara nos termos mais fortes possíveis”.

Scoop: WhatsApp banned on House staffers' devices

Histórico controverso de privacidade

Esta não é a primeira vez que o WhatsApp enfrenta questionamentos sobre suas práticas de segurança. Desde que foi adquirido pelo Facebook (hoje Meta) por US$ 19 bilhões em 2014, o aplicativo tem sido alvo de críticas recorrentes, mesmo com a implementação da criptografia de ponta a ponta, que teoricamente impede até mesmo a própria empresa de acessar o conteúdo das conversas.

Em 2021, uma investigação da ProPublica levantou questões sobre supostos esforços do Facebook para “minar” as proteções de privacidade do WhatsApp. Mais recentemente, em maio deste ano, a empresa israelense de ciberinteligência NSO Group foi condenada a pagar US$ 167 milhões à Meta após ter hackeado 1.400 usuários do aplicativo em 2019.

Para usuários brasileiros, que representam um dos maiores mercados do WhatsApp no mundo, as preocupações levantadas por autoridades americanas e iranianas levantam questões sobre a segurança de suas comunicações diárias. O aplicativo é amplamente utilizado no Brasil não apenas para conversas pessoais, mas também para negócios, compartilhamento de documentos sensíveis e até mesmo comunicações governamentais.

Especialistas em segurança digital recomendam que, independentemente do aplicativo utilizado, os usuários mantenham práticas básicas de proteção: ativar verificação em duas etapas, evitar clicar em links suspeitos, não compartilhar informações sensíveis e manter o aplicativo sempre atualizado para garantir o acesso às correções de segurança mais recentes.

Fonte: Gizmodo

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Cearense. 37 anos. Apaixonado por tecnologia desde que usou um computador pela primeira vez, em um hoje jurássico Windows 95. Além de tech, também curto filmes, séries e jogos.
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