Estudo da IDC Brasil mostra que o mercado de PCs continua em queda livre no país

Estudo da IDC Brasil mostra que o mercado de PCs continua em queda livre no país

O baixo desempenho da economia brasileira, desemprego em alta, queda na confiança dos consumidores, casos de corrupção envolvendo grandes empresas do país. Esses são alguns dos fatores apontados pela IDC Brasil para a queda de 38% do mercado de PCs no país no 2º trimestre de 2015 na comparação com o mesmo período do ano passado. Ao todo, foram 1.637 milhão de computadores vendidos, sendo cerca de 600 mil desktops – queda de 41% – e 1.037 milhão de notebooks – 37% a menos do que foi registrado no 2º trimestre de 2014. Os dados fazem parte do estudo IDC Brazil PCs Tracker Q2 feito pela IDC Brasil, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações. O levantamento mostra ainda que 70% das vendas foram para o consumidor final e 30% para o mercado corporativo. Com o resultado, o país caiu da 7ª para a 8ª colocação no mercado mundial, atrás de EUA, China, Japão, Índia, Reino Unido, Alemanha e França. 

“Os números estão abaixo de nossa projeção e as vendas estão bastante estagnadas em ambos os mercados”, afirma Pedro Hagge, analista de pesquisas da IDC Brasil. Segundo ele, os consumidores estão muito cautelosos e não querem investir e nem se endividar para comprar não só computadores, mas bens duráveis como um todo. Além disso, nem as datas comemorativas têm conseguido dar fôlego ao mercado. A crise também tem afetado o mercado corporativo que está concentrando os investimentos em ferramentas para aumentar a vida útil dos aparelhos. Outro problema do mercado de PCs, segundo Hagge, é a alta do dólar, já que grande parte dos componentes é importada. “A cotação da moeda americana impacta todo o elo de produção de um computador. Com o mercado estagnado como está, muitos fabricantes estão investindo em outras categorias de produtos”, completa o analista da IDC Brasil.

 Pedro Hagge, porém, acredita que o 3º trimestre tende a ser melhor, muito por conta das promoções do Black Friday, que este ano traz uma novidade: pela primeira vez o evento deve ser usado para vender computadores mais antigos, que é o que acontece nos EUA. “Em anos anteriores, no Brasil, linhas recém-lançadas eram vendidas por preços muito atrativos, algo que não deverá ocorrer em 2015″, afirma. Já sobre o Windows 10, Hagge diz que a atualização de um sistema operacional não gera mais a mesma comoção que gerava antigamente, e que os canais de venda devem abastecer o mercado com PCs com o Windows 10 instalado para o Natal.

” Caso a Medida Provisória 690 seja aprovada pelo Congresso Nacional, computadores notebooks, tablets, smartphones e demais produtos do setor, que desde 2005 estavam isentos de recolher PIS e Cofins, voltarão a pagar a aliquota cheia de 3,65% e 9,25% respectivamente. Não temos dúvida de que o mercado será afetado de forma conduntente e bastante negativa. A arrecadação extra de R$ 6,7 bilhões em 2016 que o governo espera com essa medida será menor, pois a expectativa para o ano que vem já é de desaceleração. Devido a alta do dolár e a crise econômica de forma geral, essa indústria deve ficar abaixo de R$ 70 bilhões e com a volta dos tributos para PCs, smartphones e tablets, a redução desse faturamento poderá variar entre R$ 4 e R$ 7 bilhões. É um valor muito significativo, que afetará toda a cadeia de importadores, montadores, fabricantes, transportadores e lojas de varejo”, disse Reinado Sakis, gerente de pesquisa da IDC Brasil

Até o final do ano, a IDC Brasil estima que 7.4 milhões de computadores sejam comercializados, volume que representa uma queda de 29% frente a 2014, quando 10.3 milhões de PCs foram vendidos no país. 

Fonte(s): Assessoria de imprensa da IDC Brasil

 

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