As nuvens públicas, privadas e híbridas são complexas e incluem vários componentes, como redes, servidores, sistemas de armazenamento e aplicativos. Cada componente apresenta suas próprias vulnerabilidades, e a exposição dessas vulnerabilidades pode permitir que um atacante comprometa a segurança da nuvem. À medida que organizações em todo o mundo compartilham, armazenam e gerenciam cada vez mais dados na nuvem, a área passível de ataque das organizações se expande exponencialmente.
Segundo relatório de Ameaças à Nuvem da Unit 42, unidade de Inteligência e pesquisa de ameaças da Palo Alto Networks, o cenário é ainda mais complexo: ciberciminosos tornaram-se mais hábeis em explorar problemas comuns e cotidianos na nuvem. Esses problemas incluem configurações incorretas, credenciais (usuários e senhas) fracas, falta de autenticação, vulnerabilidades não corrigidas e pacotes OSS (software de código aberto) maliciosos.
O relatório inclui um detalhamento de dois casos reais de resposta a incidentes de violação de nuvem observados em 2022: Um se trata de um vazamento de dados para SIM-Swap para dados na Dark Web, onde o usuário teve as contas de e-mail e SCM vinculados ao número de telefone comprometidos. Isso acontece quando um invasor usa engenharia social para enganar a vítima ativando um novo SIM onde o atacante controla. Esse tipo de golpe permite que o invasor assuma qualquer contas da vítima que são autenticadas através do número de telefone.
O segundo cenário foi de um firewall mal configurado para Botnet de criptojacking. O departamento de TI de um e-commerce de médio porte recebeu um e-mail de seu provedor de serviços em nuvem alertando-os de atividades de botnet em sua infraestrutura de nuvem. A empresa havia sido vítima de um ataque de cryptojacking em que a ameaça hacker implantou centenas de instâncias de VM (Virtual Machine) para realizar criptomineração em larga escala e operações de botnet.
O estudo também aponta que em média, as equipes de segurança levam 145 horas (aproximadamente seis dias) para resolver um alerta de segurança. 60% das organizações levam mais de quatro dias para resolver problemas de segurança. “É fundamental que as organizações entendam que a segurança cibernética é uma responsabilidade contínua e em constante evolução. Cibercriminosos estão sempre buscando novas formas de explorar vulnerabilidades, portanto, é importante estar sempre atualizado com as últimas tendências e tecnologias em segurança cibernética e manter uma postura vigilante para proteger seus sistemas e dados”, afirma Marcos Oliveira, Country Manager da Palo Alto Networks no Brasil.
Com muitas organizações agora tendo várias implantações de nuvem, as violações de segurança estão recebendo mais atenção dos hackers. O relatório analisou cargas de trabalho em 210.000 contas de nuvem em 1.300 organizações diferentes e apontou que nos ambientes de nuvem da maioria das organizações, 80% dos alertas são acionados por apenas 5% dos protocolos de segurança. Já 58% das organizações não impõem MFA para usuários root/admin (a usuários com privilégios de administração em um sistema de computador ou rede) e 76% das empresas não impõem MFA (autenticação multifator) para usuários de console que é uma tela de texto ou linha de comando que permite digitar comandos para executar tarefas e gerenciar o sistema operacional ou aplicativos instalados.
Softwares de código aberto tem sido uma das forças motrizes por trás da revolução da nuvem. No entanto, o aumento do uso de OSS na nuvem também impulsiona o crescimento de software obsoleto ou abandonado, conteúdo malicioso e ciclos de correção mais lentos. Isso coloca a responsabilidade sobre os usuários finais de analisar o OSS antes de integrá-lo aos aplicativos. Essa tarefa é particularmente desafiadora quando as organizações precisam gerenciar dezenas de projetos que potencialmente dependem de milhares de OSS. O estudo aponta que 63% das bases de código de produção têm vulnerabilidades não corrigidas classificadas como altas ou críticas.
Para Oliveira, a ideia é tornar uma prioridade aprender sobre os vetores de ameaças mais recentes e implementar soluções de segurança robustas que adotem uma abordagem de plataforma abrangente para identificar e eliminar ameaças em tempo real. “As organizações devem esperar que a superfície de ataque de aplicativos nativos de nuvem continue a crescer à medida que os hackers encontrem maneiras cada vez mais criativas de atacar infraestruturas de nuvem mal configuradas, interfaces de programação de aplicativos e a própria cadeia de suprimentos de software”, completa.
Com organizações de todos os tamanhos migrando suas operações para a nuvem, muitas estão delas estão melhorando a segurança no início do processo de desenvolvimento estão automatizando a segurança para mitigar os riscos. Segundo o relatório de segurança nativa da nuvem de 2023 da PANW, 90% das empresas pesquisadas disseram que não conseguem detectar, conter e resolver ameaças cibernéticas em uma hora e que 75% disseram também que lutam para identificar quais ferramentas de segurança são necessárias para alcançar seus objetivos e algumas dessas organizações usam em média mais de 30 ferramentas de segurança, incluindo seis a 10 dedicadas à segurança na nuvem, porém 80% disseram que se beneficiariam de uma solução de segurança centralizada que abrange todas as suas contas e serviços na nuvem.
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