A rede social X, antes conhecida como Twitter, continua a passar por transformações que são, no mínimo, controversas, desde que foi adquirida por Elon Musk no ano passado. Na última sexta-feira (18), o atual dono da plataforma, em resposta a um outro tweet, disse que eliminará a alternativa de bloquear perfis, mantendo apenas a capacidade de silenciar os tweets feitos pelos usuários selecionados.
Leia também
X (antigo Twitter) vai ganhar chamadas de vídeo
Fim de uma era: TweetDeck muda de nome para XPro
Musk “soltou a bomba” sem dar maiores explicações
A medida foi divulgada na própria plataforma, embora devamos ressaltar que não se trata de um anúncio oficial. O Tesla Owners Silicon Valley, um grupo oficial composto por proprietários de veículos Tesla, questionou Elon Musk sobre qual era a diferença entre bloquear ou silenciar alguém no X. Musk, em resposta, declarou que o mecanismo de bloqueio será encerrado. A única explicação que o bilionário deu é que este recurso “não faz sentido”.
O magnata não disponibilizou informações específicas sobre o método ou o momento da remoção da funcionalidade, levando a crer que tal alteração pode não ocorrer de fato. Diversos usuários e contas corporativas manifestaram desaprovação à essa intenção de Elon Musk, apreensivos com o possível aumento de ataques automatizados de spam.
Adicionalmente, a funcionalidade serve como um meio de assegurar que membros possam evitar que contas abusivas observem suas ações na plataforma ou estabeleçam comunicação através de mensagens privadas. A seção de ajuda da própria rede esclarece que “o bloqueio auxilia na limitação de contas específicas de se comunicar, seguir e visualizar postagens” dos membros.
A capacidade de bloquear perfis é uma regra das lojas de apps
A habilidade de bloquear indivíduos é um elemento vital para as plataformas de redes sociais. Este recurso inibe situações de assédio, perseguição e confere maior domínio sobre a privacidade aos usuários. Esses aspectos de segurança são fundamentais para atender às demandas das lojas de aplicativos dos principais sistemas móveis: Android e iOS.
O Google, por exemplo, estabelece normas que requerem a adoção de estratégias de enfrentamento ao spam e linguagem de ódio nos aplicativos da Play Store. A Central de Políticas para Desenvolvedores contém regulamentos para aplicativos com conteúdo originado pelos usuários (conhecido como “user-generated content” ou UGC), abarcando a seguinte obrigação:
“Os aplicativos que contêm ou apresentam conteúdo gerado por usuários […] devem implementar moderação robusta, eficaz e contínua que:
- forneça um sistema para bloquear conteúdo e usuários no aplicativo.”
Uma norma análoga é observada nas orientações da App Store, a loja oficial de aplicativos para aparelhos da Apple. A companhia estipula os seguintes critérios para os desenvolvedores de aplicativos com conteúdo originado pelos usuários:
“Aplicativos com conteúdo gerado pelo usuário apresentam desafios específicos, que vão desde a violação de propriedade intelectual até o bullying anônimo. Para evitar abusos, os aplicativos com conteúdo gerado pelo usuário ou serviços de redes sociais devem incluir:
- um método para filtrar material censurável de ser postado no aplicativo;
- um mecanismo para denunciar conteúdo ofensivo e respostas oportunas a preocupações;
- a capacidade de bloquear usuários abusivos do serviço.”
Sob a liderança de Elon Musk, o Twitter tornou-se frequentemente objeto de reprovação devido às modificações que impactaram os mecanismos de segurança convencionais. Um caso que ilustra isso muito bem é a criptografia de ponta a ponta para DMs, que está acessível unicamente para os assinantes do Twitter Blue. Ou seja, a segurança dos usuários só é fornecida mediante pagamento adiantado.
Fontes: Elon Musk (Twitter) via 9to5Mac
Deixe seu comentário