Parece que o bilionário Elon Musk gosta de uma polêmica. Após concluir a aquisição do Twitter, o também CEO da Tesla e SpaceX começou a fazer uma série de mudanças na empresa. E o seu primeiro ato como novo chefão da rede social foi demitir executivos de alto escalão, como o antigo CEO e os chefes do departamento financeiro e jurídico.
No entanto, o preço dessas demissões é bem alto. Juntos os executivos têm direito a mais de US$ 100 milhões em multas contratuais. Porém, Elon Musk alegou demissão por justa causa e, por isso, se recusa a pagar o valor que está acertado em contrato.
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Indenizações estão previstas em contrato
O mais estranho é que as compensações financeiras estão previstas em contrato. No caso de quebra de contrato por compra da empresa, os executivos têm direito a um ano de salário, opções de compra de ações não exercidas e um ano de seguro saúde, dentre outras coisinhas.
De acordo com a Bloomberg, somando todos os valores, o ex-CEO da rede social, Parag Agrawal, tem direito a US$ 50 milhões. O ex-CFO Ned Segal tem direito a receber US$ 37 milhões. E a ex-chefe do setor jurídico, Vijaya Gadde, tem direito a receber US$ 17 milhões.
Vem processinho por aí
Consoante uma reportagem do New York Times, duas fontes com conhecimento do assunto falaram que Elon Musk demitiu os executivos por justa causa. E que, por isso, os valores previstos em contrato não são válidos.
Portanto, o mais provável é que os executivos entrem com uma ação contra o bilionário. E de acordo com a opinião de alguns advogados, dificilmente Elon Musk ganha essa briga nos tribunais.
O advogado Dan Goldberg postou no Twitter que as chances de Musk convencer os juízes que a demissão foi por justa causa são bem baixas. Ele disse: “Justa causa é tipicamente um padrão muito alto (pense em condutas criminais, por exemplo)”.
No way that holds up. At least I would think it’s highly unlikely. Cause is typically a very high standard (think criminal conduct)
— Dan Goldberg (@goldberg_dan) October 30, 2022
Tomasz Wlostowski, outro advogado, também tweetou a respeito e concordou com seu colega de profissão: “[Os executivos] vão processar. É muito improvável que encontrem uma justa causa nos quatro casos. Haverá um acordo, provavelmente por uma grana alta.”
A opinião de que Elon Musk não tem razão também é compartilhada por empresários e investidores. O investidor Villi Iltchev também opinou no Twitter: “É bobagem. Jogada de marketing. Eles vão processar e [Elon Musk] vai perder”.
Adam Nash, CEO da Daffy Giving, uma empresa do Vale do Silício, disse: “É mais hostil do que bobo, e pode ser uma briga cara. Não está claro quais serão as evidências apresentadas se o caso for parar na justiça”.
Por fim, o investidor Kyle Cordes acredita que essa atitude pode ter consequências mais graves. Por exemplo, Elon Musk pode ter dificuldade em contratar outros executivos. Pode ser que eles não confiem na estabilidade do cargo e muito menos no pagamento das compensações financeiras que estão previstas em contrato.
Elon Musk precisa lucrar rápido com o Twitter
Vale pontuar que o Twitter nunca foi uma rede social com lucros exorbitantes. Na verdade, demorou para os fundadores descobrirem uma forma de fazer dinheiro com a rede social de microblogs.
No entanto, Elon Musk deseja recuperar o mais rápido possível o investimento de US$ 44 bilhões que foi feito na compra da plataforma. E uma das primeiras ações é tornar obrigatório a assinatura do Twitter Blue para quem possui o selo de verificação. Caso contrário, o perfil perderá o selo verificado em até 90 dias.
O valor que Elon Musk tem em mente é de US$ 20. O valor atual da assinatura é de US$ 4,99. No entanto, o Twitter Blue só está em funcionamento em 4 países. É provável que o empresário expanda a assinatura para o mundo todo no dia 07 de novembro. Vamos aguardar para ver as cenas dos próximos capítulos.
Fontes: Bloomberg e The New York Times
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