O streaming de vídeo é atualmente um mercado bem competitivo, e o Youtube surge como um dos grandes senão o maior competidor nessa corrida. Porém, ao que tudo indica, ela logo contará com mais um competidor de peso, o X, antigo Twitter, de acordo com o próprio Elon Musk.
Em uma tentativa de competir com gigantes como o YouTube, a empresa está lançando um aplicativo de televisão para TVs inteligentes da Amazon e da Samsung. A informação foi confirmada pelo dono da plataforma e alguns detalhes foram revelados por uma fonte, inclusive que o novo aplicativo para TV poderá ser lançado na semana que vem.
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X quer competir diretamente com outros gigantes
Segundo informações obtidas pela Fortune, uma fonte interna da empresa descreveu o aplicativo como “idêntico” ao aplicativo de TV do YouTube, sinalizando uma clara intenção de competir diretamente com a plataforma dominante. O aplicativo em si já foi até mesmo confirmado por Musk em uma postagem na plataforma:
Coming soon https://t.co/JlnlSL7eS9
— Elon Musk (@elonmusk) March 9, 2024
O objetivo por trás dessa iniciativa de Musk é claro: ele está determinado a atrair usuários para assistir “vídeos longos em uma tela maior”. Esta estratégia faz parte de um plano mais amplo, revelado pela primeira vez em julho, que visa tornar a X mais atraente para influenciadores online e anunciantes.
A fonte, que permanece anônima já que não deveria falar com a imprensa sobre o assunto, revelou ainda que Musk não está apenas visando o YouTube. Ele tem a Twitch, o Signal e o Reddit na mira, demonstrando uma ambição de conquistar uma fatia significativa do mercado de streaming de vídeo.
Esse passo não é totalmente inesperado, já que em janeiro desse ano, a X já havia declarado que seria uma plataforma prioritária de vídeo, até mesmo trazendo um novo recurso de vídeo em tela cheia muito semelhante ao do TikTok.
Além disso, também vale lembrar que o Twiter já tinha lançado aplicativos para TV pelo menos umas 3 vezes antes disso. Primeiro, em 2010 na época que existia a plataforma Google TV, segundo em 2011 na plataforma Smart Hub da Samsung em suas SmartTVs, e, terceiro em 2016 após a plataforma fechar um acordo para transmitir os 10 jogos da NFL, com um app que rodava na Amazon Fire TV, Apple TV e Xbox One.
E por isso, a plataforma de Elon Musk não está entrando nesse campo de batalha sem preparação. A empresa tem uma visão clara de seu público-alvo: celebridades da mídia, influenciadores online e jogadores de videogame. Recentemente, a plataforma fechou acordos com nomes como Don Lemon, ex-âncora da CNN, para ter um programa exclusivo na plataforma, e Tucker Carlson, ex-comentarista da Fox News, que geralmente lança vídeos mais longos na plataforma, como entrevistas.
Além disso, Musk está oferecendo incentivos financeiros aos criadores de conteúdo para migrarem para a X. O influenciador Mr. Beast, com mais de 243 milhões de assinantes no YouTube, testou a plataforma e gerou mais de US$ 250.000 em receita com seu primeiro vídeo na X. Mas, vale ressaltar que o próprio Mr. Beast classificou esse ganho como “um pouco de fachada”, já que ele revelou que muitos anunciantes capitalizaram sua atenção de forma generalizada, comprando anúncios e inflando seus ganhos.
Além disso, seu vídeo foi transmitido e mostrado em muitos feeds de usuários em um único dia, revelando possíveis esforços de amplificação de visualização pela própria plataforma.
Um longo caminho pela frente para Elon Musk
Mas, mesmo com toda essa preparação, o caminho de competição nesse mercado ainda é ferrenho e difícil de ser dominado. A plataforma X enfrenta a dura concorrência do YouTube, que detém uma posição dominante e possui recursos significativos. Apesar das estratégias agressivas de Musk, a empresa ainda está lutando para reter usuários e anunciantes.
De acordo com o Information, praticamente metade das pessoas nos Estados Unidos que assistiram Youtube no ano passado fizeram isso pela TV. O serviço é líder em streaming de vídeo, passando até mesmo gigantes desse mercado como a Netflix. E isso acontece no Brasil também, tendo o Youtube como principal fonte de entretenimento na TV no mercado de TV fechada.
Já um relatório recente da Edison Research revelou que o uso da plataforma X diminuiu 30% no último ano. E a empresa sofreu baixas significativas, com grandes anunciantes como Disney, IBM e Apple deixando a plataforma após polêmicas envolvendo Musk e declarações controversas.
A avaliação da X também sofreu um declínio acentuado sob a propriedade de Musk. Estimativas indicam que a empresa agora vale cerca de US$ 12,5 bilhões, uma queda significativa em relação aos US$ 44 bilhões que Musk pagou por ela.
Em novembro do ano passado, a Fortune revelou que a CEO Linda Yaccarino fez uma reunião interna geral com a equipe da empresa, incentivando que todos “juntassem as cabeças para trazer novas receitas”.
Fonte: fortune
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