Elon Musk decidiu abolir a distinção entre “pesquisadores” e “engenheiros” dentro da xAI, sua empresa de inteligência artificial. Em uma mudança que ecoa tendências já vistas no Vale do Silício, o bilionário afirma que o termo “pesquisador” é pretensioso e incompatível com o espírito prático que ele quer imprimir à sua equipe. Com isso, Musk reforça sua filosofia: na nova corrida da IA, teoria sem entrega não tem vez.
A decisão que elimina as “castas” na IA
A mudança veio a público por meio da rede X, controlada pelo próprio Musk. Em um post direto, ele cravou: “Essa falsa nomenclatura de ‘pesquisador’ e ‘engenheiro’, que nada mais é do que um sistema de castas disfarçado, está abolida na @xAI. A partir de hoje, todos são engenheiros”.
This false nomenclature of “researcher” and “engineer”, which is a thinly-masked way of describing a two-tier engineering system, is being deleted from @xAI today.
There are only engineers.
Researcher is a relic term from academia. https://t.co/yNZSdVXGhY
— Elon Musk (@elonmusk) July 29, 2025
A motivação por trás do anúncio foi aparentemente simples: uma vaga de emprego publicada por um funcionário da xAI que mencionava a busca por “pesquisadores e engenheiros”. Minutos depois, o post foi editado, apagando o termo proibido: “Correção: buscamos engenheiros sólidos”.
A medida causou alvoroço nos bastidores da IA — mas Musk não está sozinho nessa visão.
Por que o termo “pesquisador” incomoda Musk?
Para o CEO da Tesla, SpaceX e xAI, chamar alguém de “pesquisador” carrega uma aura acadêmica que não se alinha com o tipo de inovação que ele promove. “É um termo pretensioso e de baixa responsabilidade”, escreveu. Ele argumenta que empresas como a SpaceX realizam avanços científicos reais, muitas vezes mais impactantes do que os de universidades, mas sem recorrer à nomenclatura acadêmica.
“O que importa é construir, lançar, entregar”, defende.
OpenAI, Anthropic e a nova lógica das equipes de IA
Apesar de polêmico, o movimento de Musk não é isolado. Outras gigantes da IA, como OpenAI e Anthropic, já adotaram estruturas semelhantes, eliminando distinções entre quem pesquisa e quem implementa. Em vez disso, todos os colaboradores técnicos são chamados de Technical Staff Members — um título mais genérico, mas que reforça a noção de colaboração plena entre teoria e prática.
O pano de fundo dessa tendência está na própria natureza dos modelos de IA atuais. Com a ascensão de arquiteturas colossais como GPT e Claude, os limites entre desenvolvimento teórico e engenharia de produto se diluíram. Testes, ajustes e refinamentos são feitos em ciclos intensos e interdependentes — o conhecimento técnico precisa vir acompanhado de capacidade de execução.
Você também deve ler!
Elon Musk lança IA que cria namoradas digitais interativas e polêmicas