Dubladores x Vozes geradas por IA: Entenda por que os dubladores estão revoltados

Dubladores x Vozes geradas por IA: Entenda por que os dubladores estão revoltados

Dubladores de jogos e animações estão lutando contra o uso de suas vozes em inteligência artificial (IA). Alguns profissionais da indústria denunciam que, ao assinarem contratos para novos projetos, estão sendo obrigados a incluir cláusulas que permitem a síntese de suas vozes por meio de IA. O medo é de que essas vozes acabem sendo usadas no lugar dos verdadeiros dubladores, prejudicando suas carreiras e futuras oportunidades.

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Dubladores se manifestam contra o uso antiético de ferramentas de IA

Fryda Wolff, dubladora conhecida por sua participação em Apex Legends, falou sobre os possíveis problemas que o uso de vozes sintéticas pode causar aos profissionais humanos. Ela afirma que empresas poderiam aproveitar-se da sua voz, alimentando a IA com suas performances e nunca mais recompensar ou mesmo informar seu agente sobre o uso de sua “imagem”.

O dublador Sungwon Cho também expressou sua preocupação, argumentando que é “desrespeitoso para a arte sugerir que gerar uma performance é equivalente à performance de um ser humano”. Ele acrescenta que mesmo que as vozes geradas possam soar parecidas com as humanas, elas sempre soarão falsas e sem vida.

Steve Blum, Kara Edwards, Stephanie Sheh, entre outros dubladores renomados e com amplo currículo, usaram o Twitter para pedir ajuda aos fãs. Eles pedem que os fãs avisem quando encontrarem suas vozes sendo usadas em aplicativos de IA. Eles argumentam que o uso de suas vozes sem autorização é altamente antiético. Veja o que disse Steve Blum neste tweet:

Eu sei que a tecnologia de IA é empolgante, mas se você vir minha voz ou qualquer um dos personagens que eu dublo oferecidos em qualquer um desses sites, saiba que não dei minha permissão e nunca darei. Isso é altamente antiético”.

Serviços de sínteses de voz estão cada vez mais acessíveis

Além da questão da autorização, os profissionais também enfrentam o problema de serviços de síntese de vozes que estão cada vez mais acessíveis. Muitos desses sistemas permitem a criação de réplicas de vozes com base em gravações pré-existentes, o que abre margem para a clonagem de vozes de pessoas públicas sem consentimento. A Microsoft, por exemplo, possui uma IA que com uma amostra de áudio de apenas 3 segundos consegue replicar qualquer voz.

Sarah Elmaleh, dubladora e diretora que trabalhou em jogos como Fortnite e Halo Infinite, disse acreditar que o consentimento para a performance “deve ser contínuo”:

O que acontece quando concordamos alegremente com um papel e, uma vez na cabine, vemos uma linha específica no roteiro que não parece certa e expressamos desconforto inequívoco? O que acontece se o produtor não compreender ou aceitar a seriedade dessa objeção? Normalmente, podemos nos recusar a ler a linha, para evitar que ela seja usada. Essa tecnologia obviamente contorna isso completamente”, disse ela.

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Sarah já trabalhou em jogos como Fortnite e Halo

Com a crescente utilização de IA na indústria de entretenimento, é importante que sejam tomadas medidas para garantir que esta tecnologia seja utilizada de forma ética e legal, com o consentimento de todas as partes envolvidas. Atualmente, os sindicatos estão ajudando os dubladores a garantir que a permissão para uso de suas vozes seja incluída como item obrigatório nas negociações de contrato.

Fontes: Motherboard e Gizmodo

Sobre o Autor

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Cearense. 34 anos. Apaixonado por tecnologia e cultura. Trabalho como redator tech desde 2011. Já passei pelos maiores sites do país, como TechTudo e TudoCelular. E hoje cubro este fantástico mundo da tecnologia aqui para o HARDWARE.
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