NEW: Here’s a new look at the Walt Disney Audio-Animatronic standing up from his desk in the new show “Walt Disney – A Magical Life,” debuting on July 17 at Disneyland. pic.twitter.com/ApJhgSyfFY
— Scott Gustin (@ScottGustin) July 14, 2025
O retorno de Walt Disney não veio em filme, livro ou homenagem simbólica. Veio em forma de robô — e ele se levanta, fala e encara o público. A nova atração da Disneyland revive o fundador do império Disney de forma tão realista que impressiona, emociona… e também assusta.
Uma recriação audaciosa no coração da Disneyland

Exatamente 70 anos após a inauguração do parque original na Califórnia a Disney está promovendo uma celebração ousada: o primeiro animatrônico hiper-realista de Walt Disney, uma figura robótica com movimentos naturais, expressões faciais convincentes e a própria voz restaurada do fundador da companhia.
A atração, batizada de “Walt Disney – A Magical Life”, acontece dentro da Main Street Opera House — o edifício mais antigo do parque, totalmente renovado para esse novo espetáculo. O show encerra com a figura de Walt se levantando de sua cadeira e falando diretamente com o público, em um momento que mistura nostalgia, inovação e um certo desconforto visual difícil de ignorar.
Sete anos de trabalho para trazer Walt de volta à vida
Yesterday was a moment 7 years in the making.
In July 2018 I posted a video explaining why I thought Disney should make a Walt Disney audio-animatronic. (https://t.co/wGj8WifEkp)
And yesterday I got to see it become reality with my own eyes. pic.twitter.com/HL8UgSyuaC
— DSNY Newscast (@DSNYNewscast) July 15, 2025
O projeto foi desenvolvido pelo time da Walt Disney Imagineering ao longo de sete anos, combinando técnicas de reconstrução digital, modelagem facial avançada e engenharia robótica de última geração.
A figura apresenta uma nova “pele” sintética com textura hiper-realista e musculatura simulada, capaz de reproduzir microexpressões e gestos com naturalidade. Pela primeira vez, um animatrônico 100% elétrico consegue executar o movimento completo de levantar-se de forma fluida — algo que os Imagineers chamam internamente de lean-to-stand.
As mãos se movem de maneira quase humana, o padrão de fala é relaxado e até o brilho dos olhos foi reproduzido por meio de micromecanismos inéditos.
Um passeio entre passado, tecnologia e memória
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A experiência “A Magical Life” começa com uma versão adaptada do documentário One Man’s Dream e leva o visitante a um cenário que replica o escritório de Walt nos estúdios da Disney em Burbank. É nesse ambiente que o robô aparece: contemplativo no início, depois se levanta e fala com o público.
Antes do espetáculo principal, o público percorre uma exposição imersiva que recapitula os 70 anos da Disneyland. Dividida em seções temáticas, a mostra exibe peças inéditas, plantas originais, documentos raros e uma recriação fiel do apartamento privado de Walt, construído sobre a estação de bombeiros da Town Square.
Além disso, há uma ala dedicada à evolução dos animatrônicos da Disney, desde os pássaros do Enchanted Tiki Room (1963) até bonecas da It’s a Small World da Feira Mundial de Nova York. Um mural finaliza o trajeto com a famosa frase de Walt: “Enquanto houver imaginação, a Disneyland nunca estará completa.”
Nem todos se encantaram — e o “vale da estranheza” se fez presente
Okay, so we’re not crazy, the new Disneyland animatronic looks basically nothing like Walt Disney. pic.twitter.com/mZ0RmZNgyo
— Hollywood Horror Museum (@horrormuseum) July 15, 2025
Apesar de toda a sofisticação técnica, nem todo mundo saiu sorrindo da nova atração. A reação mais contundente veio de dentro da própria família Disney. Joanna Miller, neta de Walt, declarou ao Los Angeles Times que chorou ao ver a figura robótica.
“Não parecia ele. Não era o meu avô.”
Para muitos, a inquietação gerada pelo animatrônico tem explicação em um fenômeno bem conhecido no campo da robótica e da psicologia: o vale da estranheza (uncanny valley). Quando algo artificial se aproxima demais da aparência humana sem ser perfeitamente natural, o resultado pode causar desconforto — uma mistura de fascínio e repulsa.
Miller escreveu uma carta ao CEO da Disney, Bob Iger, pedindo que o projeto fosse cancelado. Ela argumentou que “os últimos dois minutos com o robô farão mais mal do que bem ao legado de Walt” e que os visitantes “lembrarão do robô — e não do homem”.
“Você nunca vai reproduzir a espontaneidade da fala dele, a empolgação nos olhos quando apresentava algo novo no parque. Um robô não tem alma”, escreveu Miller em uma publicação posterior no Facebook.