Discurso de ódio no Twitter: tema gera debate entre Elon Musk e jornalista

Discurso de ódio no Twitter: tema gera debate entre Elon Musk e jornalista

Elon Musk foi o entrevistado de James Clayton da BBC para traçar um panorama sobre os 6 meses da nova fase do Twitter, período que o executivo comprou a plataforma e virou CEO. A fase marcada por inúmeras reviravoltas, rupturas de certos paradigmas da rede e concretização de novos padrões, passa por uma crítica constante sobre o possível aumento no discurso de ódio, e também sobre o que seria um comportamento mais brando de Musk sobre a moderação de tweets e perfis que poderiam incitar certas ações.

Esse tema passou pela pauta de Clyaton durante o bate-papo com Musk. O jornalista começou pontuando que conversou com ex-funcionários do Twitter, demitidos a partir da implantação da administração Musk, incluindo o pessoal que lidava diretamente com a moderação de conteúdo. A resposta dessa parcela ouvida é que “não há pessoas suficientes para policiar este tipo de coisa”, principalmente no que tange o cuidado com a propagação de discurso de ódio.

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A partir desse ponto, o executivo interpele e pede que fique mais claro sobre que discurso de ódio está sendo levantado ali, e também pergunta ao jornalista se ele observa um aumento neste tipo de discurso. Clayton diz que está recebendo mais este tipo de conteúdo. Rapidamente Musk complementa: você está vendo mais conteúdo que não gosta ou de ódio? 

O magnata também pediu para que um exemplo de discurso de ódio observado pelo jornalista nesses últimos 6 meses fosse mencionado. Clayton não aponta um exemplo específico, diz apenas que essas postagens seriam aquelas que podem incluir “algo ligeiramente racista e ligeiramente sexista”. “Então, você acha que algo que é ligeiramente sexista deveria ser proibido”, questionou Musk.

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O jornalista então discorda, e reafirma que, por sua percepção, ele observa um aumento de postagens que poderiam ser vistas como discurso de ódio, embora não tenha citado especificamente nenhum.

Além de seguir tentando equilibrar as contas da plataforma, Elon Musk também busca mudar o panorama do que se tornou praticamente uma percepção repetida à exaustão sobre o seu modo de gerir o Twitter. Que a rede se transformou num ambiente mais conivente com certos tipos de discursos e atitudes. Imagem pública que chegou a atrapalhar os primeiros meses da nova administração, com uma forte fuga de anunciantes.

Na mesma entrevista, Musk diz que o retorno desses anunciantes está acontecendo, e também deixou claro que a continuidade no processo de aquisição do Twitter foi feita apenas por ele entender, juntamente com seus advogados, que a Justiça determinaria isso.

Elon Musk tinha desistido da compra em setembro/outubro do ano passado, o Twitter o levou a julgamento para impor o cumprimento do acordo, honrando o valor acertado de US$ 44 bilhões. Musk também disse que o único motivo para a desistência naquele momento eram as inconsistências no número real de usuários. O número de usuários declarados publicamente excedia o número de usuários reais, explicou o executivo.

Ainda sobre essa questão, Musk fez a seguinte anedota: “digamos que compre um depósito cheio de mercadorias e você é informado de que menos de 5% das mercadorias no depósito
estão quebradas. Então você realmente analisa o depósito e descobre que, na verdade, era 25% das coisas quebradas. Você então fica, hum, não foi isso que você disse”.

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