Recentemente, a mídia e as redes sociais na Coreia do Sul destacaram como ativistas feministas estão alertando sobre o uso disseminado de deepfakes pornográficos. Essas imagens são frequentemente usadas para humilhar mulheres, criando representações falsas e realistas delas sem roupas. O governo sul-coreano reconheceu a gravidade da situação, tratando-a como uma emergência.
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Coreia do Sul sofre com pornografia deepfake
A pornografia deepfake é um problema crescente no país, e o presidente Yoon Suk-yeol ordenou medidas rigorosas para combater esses crimes sexuais digitais. As autoridades e grupos feministas têm identificado chats que produzem e distribuem conteúdo sexual explícito usando deepfakes. Ferramentas avançadas agora permitem que quase qualquer pessoa crie essas manipulações digitais.
Deepfakes são vídeos ou imagens gerados por inteligência artificial que substituem o rosto de uma pessoa real em um corpo falso, e muitas das vítimas são menores de idade. O Conselho Coreano de Radiodifusão e Comunicações (KCSC) convocou uma reunião de emergência para desenvolver estratégias de combate após confirmar a prevalência desses casos. O presidente Yoon ressaltou a rápida disseminação desses vídeos nas redes sociais.
A maioria das vítimas são mulheres, incluindo muitas menores. Alarmantemente, muitos dos perpetradores também são jovens. Grupos de chat no Telegram, relacionados a escolas e universidades, foram descobertos onde estudantes postavam fotos de conhecidos para serem transformados em deepfakes.
Histórico da Coreia do Sul é condenável
A Coreia do Sul tem um histórico preocupante de crimes sexuais digitais. Em 2019, o escândalo “N Room” envolveu a extorsão de mulheres para produzir vídeos sexuais, que eram vendidos em chats do Telegram.
O responsável foi condenado a 42 anos de prisão. Segundo a BBC, mais de dois terços dos crimes sexuais digitais julgados nos últimos três anos envolvem adolescentes. Mais de 200 escolas foram afetadas por esses incidentes, segundo sindicatos de professores.
Diante desses eventos, recorda-se que o presidente anteriormente não considerava o machismo um problema sério. Ele chegou a negar a existência de discriminação de gênero estrutural antes de sua presidência. No entanto, agora enfatiza a necessidade de educar os homens jovens para promover uma cultura midiática saudável.
Bae Bok-ju, ex-vice-presidente do Partido da Justiça e ativista feminista, expressou à AFP que a visão do governo sobre a discriminação de gênero como uma “disputa pessoal” complica a resolução efetiva dos problemas. A Coreia do Sul tem a maior disparidade salarial de gênero entre os países desenvolvidos, com mulheres ganhando menos de um terço do que os homens.
O grupo feminista Women Link criticou as tentativas da administração de Yoon Suk-yeol de abolir o Ministério de Gênero e pediu ao governo que desenvolva um plano abrangente para enfrentar o sexismo estrutural e a violência contra mulheres no país.
Fonte: Genbeta
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